
Agentes federais em "missão na Amazônia" - créditos: divulgação
21-09-2025 às 08h28
José Altino Machado (*)
Incrível! Jamais imaginaria nos áureos tempos de aluno da Fundação Getúlio Vargas, que algum dia haveria espaço mínimo para se escrever um artigo ou crônica com título tão ex-pornográfico. Entretanto, ao que vem se comportando exemplares de políticas e políticos na condução e representação de nosso país é daí pra lá.
O que tem se assistido “dum” e “doutro” é mesmo de arrepiar o cabelo da bunda.
Na Amazonia, agora terra de agentes cowboyzados, ao arrepio ou do conluio judiciário, impera não a lei, mas o critério das vontades daqueles que possuem naquele momento armas e poder.
Sei, bem sei que nosso atual, embora de sucesso no passado, este presidente não teve muito tempo para estudar, ao se encantar e permitir ser tomado pelo orgulho, com o cenário que se lhe abria como pobre sindicalista, logo após ter abandonado terra séria, humilde e de verdadeiros exemplares sertanejos feirantes da dignidade humana.
Ao abdicar origens, pensadores, criadores, projetos e metas do partido que lhe fez a estrada rumo ao poder, o cidadão Luís Inácio Lula da Silva mudou muito, ou era assim mesmo e ninguém sabia. Inesperadamente tornou-se um poço de vaidade por haver conseguido enganar tanta gente por tanto tempo. Aliás, nem acanhamento tem em disparar uma campanha eleitoral com brutal antecipação (fora da lei), agora sem picanhas, mas com ofertas de energia grátis, vales botijão de gás, nunca se esquecendo das malditas emendas parlamentares.
Porém, agora seu mundo político e administrativo mostrou-se cruel como uma poderosa facção à margem da lei.
Sabe-se, mais criminosa é a autoridade que rompe e abusa da lei dizendo fazer cumpri-la. Alguém do Nordeste disse isso, mas não lembro quem, nem se era de Garanhuns.
Horrorizado essa semana, assisti pela televisão, na emissora preferida dos valentes cowboys agentes do Estado, suas investidas sobre os trabalhadores extrativistas do Rio Madeira. Nem vou nominá-los garimpeiros por já existirem bem antes desta denominação surgir em Minas Gerais na região ouropretana do Brasil colônia.

Estranho mesmo, que “porra” de Federação de Estados paradoxal é esta que para buscar o crime, que hoje tornou-se mais poderoso que a própria presidência que a governa, há que solicitar permissão ao governo daquele “estadinho” contaminado para detê-lo? Quando, entretanto…
Que “porra” de federação é esta, que nos Estados federados da Amazonia, permite chegarem forças armadas prontos para uma inexistente guerra, a não ser da opressão, destruindo ferramentas de trabalho, residências laborais de existências da idade da criação do país?
Pior, transformando seus silenciosos governadores em autênticos bundões?
Pois é, canalhice da mais pura realidade…
Retiram do trabalho honesto milhares de homens e por que não mulheres, sem nenhuma outra chance de sustento a lhes deixar como alternativa.
São milhares que sustentam milhões.
E o que este “porra” de governo pensa fazer com toda essa gente da qual se torna um antagonista repressor, adversário feroz que ainda os leva a simpatizar com os vizinhos criminosos?
Garimpos existem há milênios. Sua acontecida ilegalidade é produto da omissão do Estado.
A alegação ambiental, ocultos seus interesses, é cega, burra, covarde e extremamente apoiada em falsa verdades, falsas culturas e falsas intenções.
A verdade é que bem antes de todos nós nascermos, estas famílias já procediam neste trabalho. Não há e nem nunca houve, após séculos, NENHUM sinal de degradação ou contaminação fluvial. Até o tal mercúrio usado por eles, parente daquele de origem vulcânica, inerente à Amazonia, apesar de seu constante e histórico uso, JAMAIS, fez acontecer nenhuma maldade comprovada, à humanidade, peixes e outras nomeadas frescuras mentirosas. À não ser àqueles que na queima da amálgama o imaginam ser um carnavalesco lança-perfume e irresponsavelmente aspiram seu fumacê.
Pior que a leniência de nossas autoridades estaduais é se permitir o contínuo silencio daqueles que sabem, os DOUTORES, formados em universidade públicas, às expensas daqueles que produzem, não assumirem o esclarecimento técnico, da sociedade carente de verdadeiras informações apolíticas e bem diferentes daquelas imprestáveis verdades. Que distorcidas, não são propaladas no exterior, onde os cientistas têm saber e pega mal mentir. Aliás, aqui tem estudiosos, no CETEM, Centro Tecnológico de Mineração, lá fora a ONU tem cientistas experientes destas áreas, convoquem-se então estes homens.
Quanto ao desonesto grito de guerra governamental de garimpo ilegal, que “porra” é essa que governante, faltoso a escola, não lê, nem cumpre a CONSTITUIÇÂO FEDERAL?
Dou uma dica, ARTIGO 174 da desconhecida e ultrajada por eles da citada constituição. Numa primeira vista, ainda que de má vontade, se vê que é OBRIGAÇÃO do governo administrador reconhecê-los, legitimá-los e “documentar”.
E este governo assim como outros, mas violento, com vínculos com narrativas que tantas vezes ditas se tornam verdades, frase do Lula não minha, que não cumpre sua obrigação.
Ilegal, que porra é essa, se antes destas guerrilhas fardadas de operários do Estado, éramos o segundo produtor mundial de ouro, com mais de oitenta toneladas ano registradas junto ao banco Central, batendo longe as “organizadas empresas de mineração”. Se lá registrados não poderiam estar ILEGAIS. E por falar nisso, cadê o ouro de uma delas que supostamente segue para refino no exterior? Tem voltado? Do Carajás, a quem perguntar? A Deus?
Se ao longo do tempo essas 80 toneladas/ano produzimos quanto valem estas jazidas?
Justificando assim a desmedida ambição, usando políticos, aqueles que não trabalharam para encontrá-las.
Garimpos existem há séculos, bem antes do Brasil formal. Atravessaram tempestades com reis, imperadores, ditadores e muitos outros governos, todos como ventanias que passaram. Neste nosso Brasil, porém, com a face da Malévola, a maldade está ilegal, extrema, covarde e espúria.
Peçamos a Deus, que a bondade do Universo impeça que apesar de tudo, não percamos a tenacidade e o bom caráter dos homens neles envolvidos e que eles não se percam nessa desvergonhada bandidagem predominante na Amazônia hoje e tão imune a ações desgovernadas por uma inculta administração.
Apenas para maiores conhecimentos, foi proposta deste escriba, quando membro do Conselho Superior de Minas, o estabelecimento das taxas a pagar para concessão de alvarás à mineração em terras nacionais, que aprovada de forma unanime em seguidas reuniões foi enviada pelo então ministro Aureliano Chaves ao presidente Sarney que imediatamente transformou em medida provisória, mais tarde revalidada pelo Congresso Nacional.
A ideia era que se fechassem portas a inúteis e favorecidos supermercados de alvarás, como prover de meios aos órgãos reguladores do setor, para bem cumprirem suas incumbências legais.
O que não tem acontecido por irem ao caixa da União e de lá saírem ou se evadirem ao compadrio das ementas parlamentares e a outros mimos eleitorais, de bolsas, energias com bandeiras ou por último produtos do caríssimo petróleo, ou seja ofertar gás a eleitores, chegando apenas na Amazônia, em forma de flatulência governamental.
Deixando por fim, “porra”, ilegais os trabalhadores garimpeiros brasileiros que cozinham com lenha? Narrativa sacana essa…
A aceitação da “porra” na língua nacional ocorreu a partir dos declarados desejos em “fuder” um senador, e o homem mais rico do mundo.
As lamentáveis fotos que ilustram esta crônica falam mais que qualquer “porra louca” …
BH/Macapá, 21/09/2025
(*) Jose Altino Machado é jornalista
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A guerra ignorada porque invisível
Tito Guimarães Filho (*)

O que a mídia, principalmente a mídia televisiva dos grandes jornais nacionais não mostram é esta guerra real que hoje, agora mesmo, o Estado realiza, no Brasil, contra o próprio povo brasileiro e contra bens e propriedades destes cidadãos.
Estas sequências de fotos realizadas em Porto Velho, na segunda-feira, dia 15 de setembro, em Humaita e Manicore, na quinta e sexta-feira, dias 18 e 19 de setembro, todas no rio Madeira, no Estado do Amazonas, comprovam ações militares (atos de guerra não declarada) em terras ocupadas pelo trabalho de garimpeiros, cidadãos brasileiros, também de forma covarde, desleal e injusta de “garimpeiros ilegais”, que operariam em “garimpos ilegais”. Não o são. Nem ocupam com a sua atividade laboral terras de ninguém.
Ali, homens, mulheres, família, à espera de que um governo honesto esclareça os reais interesses que defendem e para quem. Este povo brasileiro espera que o Estado nacional cumpra a Constituição de 1988, também apelidada de Constituição Cidadã e que é abertamente desmoralizada. Está nesta lei a determinação ao Estado que faça a defesa dos garimpeiros e de sua atividade dando a ela a legislação adequada. Não existe garimpo ilegal. Isto está claro.
Existe, sim, a destruição de propriedade e de bens de nacionais. O mais grave, sem o direito de defesa e o devido processo legal. Tudo indica que, por ser, na selva, na Amazônia, não existe o Estado Democrático de Direito.
Humilhação
Nesta mesma semana deste mês de setembro, nesta mesma sexta-feira, 19 de setembro, duas ações simultâneas, revelam com toda a crueza este chamado Estado Brasileira. No Amazonas, atacam, destroem queimam propriedades e equipamentos. Na Serra do Curral, em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, nenhuma propriedade foi atingida, nenhum equipamento foi queimado, destruído. Qual é a diferença? A diferença está em que se trata de “empresas mineradoras”, de “empresários ricos” que subornam e compram autoridades, criminosos, identificados há alguns anos, processados como manda o Estado Democrático de Direito, com facilidades para atravessar propinas para as nossas “autoridades” – fatos comprovados. De um lado, o Estado ao dar suas lições ao País, revela que existem brasileiros diferentes e que “criminosos” têm direitos à defesa e à lei. Somos, como brasileiros, humilhados.
(*) Tito Guimarães Filho é jornalista