
Planta de Processamento de Resíduos Sólidos Ubranos com produção de biodiesel - créditos: Sebastião Carlos Martinsl
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31-05-2025 às 08h28
Sebastião Carlos Martins (*)
Apresentamos uma visão geral de um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira para a implantação de uma Unidade de Tratamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos com capacidade de 2.300 toneladas/dia demando um CAPEX de US$ 171,93 milhões voltado à produção de biodiesel e alimentos.
O projeto gera uma Taxa Interna de Retorno anual de 28,50%, com um período de payback estimado em cerca de 6,17 anos (incluindo 3 anos de construção), com base nas receitas provenientes da venda de biodiesel a US$ 0,76/litro, alimentos a US$ 2,73/kg, créditos de carbono a US$ 16,36/tonelada de CO2, com GATE FEE zero e doação de reciclável.

- O paradoxo do potencial ambiental e o fracasso econômico
Projetos baseados em Resíduos Sólidos Urbanos geralmente partem de uma motivação nobre: reduzir o envio de resíduos a aterros sanitários, gerar energia limpa e diminuir emissões de gases de efeito estufa. No entanto, muitos destes projetos são concebidos com base apenas no impacto ambiental esperado, sem uma análise técnica profunda da viabilidade econômica.
Erro comum: assumir que um bom propósito ambiental é suficiente para atrair financiamento ou garantir operação sustentável. Na realidade, projetos que ignoram a estrutura de custos (CAPEX e OPEX), flutuações de mercado e regulamentações fiscais invariavelmente falham em atrair capital, operar com eficiência ou cumprir o prometido.
- Ausência de modelagem de risco realista
A maioria dos projetos fracassados peca por confiar em premissas fixas e cenários irreais. Não consideram incertezas sobre o RSU, variação de preços do combustível renovável, instabilidade regulatória e custos logísticos.
Solução implementada pela DBEST PLAN: a Simulação de Monte Carlo, uma metodologia probabilística que modela milhares de cenários possíveis, permitindo estimar com precisão a TIR, o payback e o ROI mesmo em ambientes instáveis. Essa abordagem permite tomar decisões embasadas, reduz riscos de surpresas e aumenta a confiança dos investidores.
- Dependência excessiva de incentivos fiscais
Projetos fracassados muitas vezes se baseiam em subsídios, isenções de ICMS, PIS/COFINS ou incentivos temporários. Isso torna seus modelos frágeis diante de mudanças políticas e fiscais. Quando esses incentivos são revogados ou atrasam, o projeto se torna inviável.
Diferencial do Projeto da DBEST PLAN: demonstra viabilidade econômica sem depender de isenções fiscais. Com TIRs superiores a 25% e payback inferior a 6,6 anos mesmo com ICMS de 18%, o projeto se mantém robusto e atrativo, mesmo em cenários adversos.
- Tecnologias não comprovadas e plantas mal dimensionadas
Muitos projetos falham por adotar tecnologias experimentais, sem validação industrial em escala comercial. Outros subestimam ou superestimam a capacidade da planta, comprometendo o desempenho ou elevando o CAPEX sem retorno proporcional.
Abordagem segura da URE proposta: uso de rotas tecnológicas comprovadas — gaseificação de baixa temperatura, pirólise catalítica e síntese química — com desempenho validado e compatibilidade com infraestrutura existente. O projeto é dimensionado para 2.300 toneladas/dia de RSU, com produtividade realista de 110,88 litros de diesel renovável por tonelada, garantindo escala e retorno.

- Falta de integração regional e impacto social concreto
Projetos desconectados da realidade regional e sem articulação com a sociedade tendem a enfrentar resistência e dificuldades operacionais. Falta de envolvimento com cooperativas, comunidades locais e ausência de impacto social tangível são obstáculos significativos.
Contraponto do projeto DBEST PLAN: geração de mais de 1.800 empregos, apoio a cooperativas de catadores com repasse anual de US$ 1,09 milhão e produção de alimentos orgânicos com base em fertilização carbônica, gerando segurança alimentar regional. A economia anual estimada para municípios com disposição de RSU atinge US$ 14,3 milhões.
- Negligência com os marcos legais e programas estratégicos
Projetos que não se alinham com políticas públicas estruturantes, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou o PPI (Parcerias de Investimento), ficam à margem das oportunidades de apoio institucional e financiamento público-privado.
Inserção estratégica do projeto: alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com capacidade comprovada de (PPP) Participações Públicas Privadas e impacto em energia limpa, saneamento, cidades sustentáveis e mitigação das mudanças climáticas. Uma solução estruturante para ser prioridade no (PAC) Programa de Aceleração do Crescimento e no (PPI) Participação Privada de Investimento.
- Ausência de viabilidade financeira rigorosa
É comum que projetos sustentáveis tenham apresentações repletas de metas ambientais, mas sem estrutura financeira detalhada da TIR, do payback e do Retorno Operacional sobre Investimento (ROI) o projeto perde a credibilidade frente a stakeholders exigentes.
O que o projeto apresenta:
- TIR entre 25,5% e 28,7% ao ano, com ou sem créditos de carbono.
- Payback entre 6,13 e 8,33 anos, mesmo com cenários de estresse.
- Custo de produção do biodiesel competitivo: entre US$ 0,141 e US$ 0,176/litro.
- Viabilidade sem incentivos fiscais, aumentando segurança regulatória e previsibilidade financeira.
- Geração de valor tributário positivo mesmo com isenções pontuais.
- Conclusão: o que diferencia este projeto
Conforme visto neste trabalho, esperamos ter deixado clara a razão do fracasso de muitos projetos voltados à produção de energia limpa, principalmente os que têm foco a produção de biocombustíveis, por não apresentarem as características aqui mencionadas:
- A Unidade de Recuperação de Energia (URE) proposta pela DBEST PLAN rompe com os erros recorrentes dos projetos anteriores ao:
- Combinar inovação tecnológica com racionalidade econômica;
- Utilizar ferramentas avançadas de análise de risco para simular cenários realistas;
- Produzir impacto social, ambiental e econômico mensurável;
- Integrar-se à estratégia de transição energética nacional com viabilidade robusta, independente de subsídios;
- Transformar RSU em ativo estratégico, e não em passivo ambiental.
Estruturando projetos em energia limpa à semelhança do que faz a DBEST PLAN, a transição energética não será feita apenas com boas intenções ou discursos ambientais. Os projetos, assim estruturados, apresentarão a necessária solidez financeira, clareza de propósito e foco em resultados escaláveis.
Projetos com o perfil aqui exposto, constituem prova que é possível transformar lixo urbano em valor – de forma tecnicamente sólida -, economicamente viável e socialmente justa.
Para financiadores, entes públicos e investidores, este é o modelo que rompe o ciclo de fracassos e aponta o caminho seguro para uma nova economia climática.

(*) Sebastião Carlos Martins é engenheiro eletricista, graduado pela UFRGS em 1971. Ex-professor universitário nas disciplinas de Eletrometalurgia, Proteção de Sistemas Elétricos e Motores Elétricos para Siderurgia, teve atuação relevante nos maiores projetos de Siderurgia e Mineração do Brasil. Sua formação acadêmica também inclui conhecimentos em Direito Tributário, Contabilidade, Economia e Auditoria.
Nos últimos seis (6) anos, vem se dedicando intensamente ao desenvolvimento de estudos de viabilidade econômica e financeira para Usinas Eólicas, Usinas Fotovoltaicas e Unidades de Recuperação de Energia (URE) a partir de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), utilizando ferramentas de análise de risco como a “Simulação de Monte Carlo”. Isso o torna um profissional singular na aplicação dessa metodologia, e atualmente detém a expertise necessária para a elaboração de editais de licitação pública.