
Partida para o Projeto MagBras - créditos: divulgação
23-08-2025 às 10h21
Direto da Redação
Com o lançamento do projeto MagBras – Da Mina ao Ímã –, o Brasil partiu rumo à independência tecnológica em um setor estratégico da indústria nacional, com o envolvimento de 38 empresas. O que demandou R$ 73 milhões de investimento. Importante é salientar que, dessa maneira, o objetivo é consolidar no País uma cadeia produtiva de ímãs que têm por base terras raras, essenciais para tecnologias de ponta e setores como energia limpa, mobilidade elétrica e defesa.
Sob a liderança do Centro de Inovação e Tecnologia (CIT SENAI), o projeto tem a participação de instituições científicas, fundações de apoio e empresas nacionais e multinacionais. E com a coordenação geral da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), com aprovação no edital do Programa Mover, do Senai Nacional e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep).
LabFabITR é considerado o ponto de destaque do projeto, o primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras raras do Hemisfério Sul, adquirido pelo CIT Senai em dezembro de 2023. A unidade instalada pela Codemge em Lagoa Santa (MG) integra as estruturas do CIT de química, metalurgia, processamento mineral, ligas especiais e meio ambiente.
Foi Luís Gonzaga Trabasso, pesquisador-chefe do Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Laser de Santa Catarina, que esteve à frente do evento, ele mesmo destacou como urgente o potencial transformador do projeto, dizendo que “a produção nacional de ímãs de terras raras é um marco para a indústria brasileira. É essencial para acelerar a transição energética, reduzir a dependência externa e reforçar nossa soberania tecnológica.”
Roberto de Medeiros Júnior, superintendente de Inovação e Tecnologia do Senai Nacional, por sua vez, enfatizou o caráter pioneiro da iniciativa. “Estamos diante de um momento ímpar. Este projeto nasceu da necessidade real do País, mesmo antes de uma aliança formalizada. Seu sucesso só foi possível graças ao comprometimento de empresas, institutos e universidades que acreditaram em um propósito comum”.
A coordenadora de Programas da Fundep, Ana Eliza Braga, destacou a importância do impacto do projeto. Ela disse acreditar que “o MagBras tem potencial para reposicionar o Brasil na indústria global”. Segundo destacou, “é um projeto ambicioso, com forte base técnica e institucional, capaz de ampliar a maturidade tecnológica nacional e consolidar a integração entre academia e setor produtivo.”
Porque acompanha o projeto desde o início, Sandra Lúcia de Moraes, diretora técnica do IPT, sente elevado orgulho nacional, dizendo ser “um esforço grandioso, que une o nosso capital natural ao nosso capital intelectual”. Ela enxerga “transformação de conhecimento em tecnologia genuinamente brasileira é um passo essencial para o desenvolvimento sustentável do país”.
Jacques Mick, pró-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), bate palmas para a parceria afirmando ser “uma honra integrar essa aliança. A conexão entre universidade e indústria é fundamental para gerar soluções reais e promover o avanço científico com impacto social.”
Enquanto isso, Maurício Cappra Pauletti, gerente executivo de Inovação e Tecnologia do Senai-SC salientava: “Estamos comemorando uma conquista construída com muito esforço coletivo. A união entre academia e indústria está dando origem a uma nova cadeia tecnológica no Brasil. Temos plena capacidade técnica, intelectual e financeira para tornar essa visão realidade.”
Como presidente da Fiemg e representante do Conselho Executivo da Fiemg Senai-MG, Ailton Ricaldoni expressou seu entusiasmo ao dizer: “A tecnologia sempre esteve no meu DNA. Acompanhei o desenvolvimento industrial do Brasil ao longo das últimas décadas e sei o quanto esse projeto é necessário”.
Segundo ele, não há falta de apoio para as boas ideias, nunca falta apoio. “O MagBras é o primeiro passo para que o Brasil deixe de exportar matéria-prima e passe a fornecer produtos de alto valor agregado.”
André Pimenta, coordenador do CIT Senai ITR reconheceu ser esta a oportunidade e destacou a importância do momento: “Este é um encontro estratégico que alinha metas, cronogramas e responsabilidades entre empresas e instituições de ciência e tecnologia”. Para ele, “esse alinhamento inicial é essencial para garantir sinergia entre os atores e assegurar que todos os elos da cadeia – da mineração à produção final de ímãs – atuem de forma integrada.”
Segundo ele, Minas Gerais assume papel de protagonismo com a estrutura do CIT Senai e os institutos de inovação em Processamento Mineral e Terras Raras. “O MagBras representa uma oportunidade concreta de desenvolvimento econômico e tecnológico. Diante de um cenário geopolítico desafiador, este projeto é uma resposta direta à necessidade de fortalecer nossa autonomia industrial”.
O Projeto MagBras, iniciativa estratégica do Programa Mover, em chamada do Senai Departamento Nacional e da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep),
Importante é que o chamado “Projeto MagBras tem sustentação de uma aliança industrial formada por 38 empresas, startups, centros de inovação, instituições de pesquisa e universidades e fundações de apoio que atuam em diversos elos da cadeia produtiva.
Elas são: Aclara, Appia, ArcelorMittal, Bemisa, Borborema Recursos Estratégicos, Eion Mobilidade Sustentável, Greylogix, Integra Laser, Iveco, Lean 4.0, Meteoric, BBX do Brasil, Moderna 3D, Mosaic, Nanum Nanotecnologia, Resouro, Schulz, ST George, Steinert, Stellantis, Strokmatic, Taboca, Tupy, Vale, Viridis, Viridion, Walbert, WEG e ZEN, além de 6 Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) – Institutos Senai de Inovação em Laser, Manufatura, Processamento Mineral e Materiais Avançados, Cetem, UFSC, IPT – e de 3 Fundações – Apoio à Inovação Tecnológica (FIPT), Apoio à Ciência, Cultura e Projetos Acadêmicos (FACC) e Apoio ao Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (FEESC).