
Informações dão conta que serão 40 novos radares já sendo instalado no Anel Rodoviário de BH - créditos: divulgação
13-10-2025 às 15h15
Samuel Arruda*
As recentes atitudes do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, têm causado revolta entre os moradores da capital mineira. Duas decisões em especial vêm sendo amplamente criticadas nas redes sociais e nos debates públicos, recebendo praticamente zero apoio popular: a tentativa de transformar a Lagoa da Pampulha em um lago navegável para esportes náuticos antes de sua despoluição efetiva, e a instalação de 40 radares no Anel Rodoviário da cidade.
A proposta de abrir a Lagoa da Pampulha para esportes aquáticos é vista como um completo equívoco de prioridades. A lagoa, símbolo de BH e patrimônio da humanidade, sofre há décadas com a poluição severa, provocada por esgoto doméstico e industrial. Ainda longe de estar limpa e segura, o local não apresenta as mínimas condições ambientais para esse tipo de uso recreativo. Em vez de investir na despoluição real e contínua, o prefeito parece mais preocupado em vender uma imagem fantasiosa de revitalização, descolada da realidade ambiental e sanitária.
Já no caso dos 40 novos radares no Anel Rodoviário, a justificativa seria o aumento da segurança viária. No entanto, a medida foi recebida como uma ação arrecadatória, e não educativa ou preventiva. A população aponta que o trecho é reconhecido por seu traçado perigoso, má conservação e trânsito intenso de caminhões, e que a falta de infraestrutura adequada, e não apenas a velocidade, é o principal fator de risco. Colocar dezenas de radares, sem um plano claro de melhorias estruturais, soa como uma tentativa de punir o motorista sem resolver o problema de base.
Além disso, especialista em engenharia de trânsito ouvido pelo Diário de Minas disse que não se justifica, a cada, 500 metros, aproximadamente de distância ter um radar instalado, (ainda disse que cada equipamento de radar que fique 24 horas sem multar, o próprio equipamento emite uma Ordem de Serviço para ser averiguado para possível troca, o que pode caracterizar uma indústria de multas)
Diante dessas decisões, o que se vê é uma gestão desalinhada com as reais necessidades da cidade. Prefeito Álvaro Damião parece ignorar as prioridades da população, insistindo em medidas cosméticas, impopulares e desconectadas da realidade urbana. As redes sociais têm sido implacáveis: críticas, memes e protestos virtuais refletem o crescente desgaste da imagem do prefeito, que tem falhado em ouvir a cidade que governa.
*Samuel Arruda é jornalista