A moderna concepção de um grande administrador público é aquela de quem cuida da população, que cria ambiente de bem-estar público, devolvendo aos cidadãos os espaços tomados pelos carros
Direto da Redação
Quem ouve as entrevistas do prefeito Fuad Noman II na mídia, tem a impressão de que ele vai realizar grandes obras na capital dos mineiros e é por meio delas que pretende marcar a sua administração.
Claro, a gente compreende, são as grandes obras que ficam à vista de quem tem olhos de ver. É justamente por isso que todo político quando assume o poder vai logo dizendo que irá construir grandes obras, como se a base principal de uma cidade fossem elas.
Não, não são as grandes obras as principais questões de uma cidade, porque a rigor, elas irão servir para melhorar o escoamento do trânsito de veículos, o que, aliás tem sido a constante, em detrimento do principal fator da existência da cidade, a sua população.
Como diria o navegador Amyr Klink, a moderna concepção de um grande administrador público é aquela de quem cuida da população, de criar ambiente de bem-estar público, devolvendo aos cidadãos os espaços que os carros vorazmente tomaram.
Dentro do raciocínio do navegador, vem a ideia de fechar o Centro da capital para o trânsito de veículos, a fim de entregá-lo exclusivamente aos pedestres, com espaços públicos, dotados de equipamentos para atrair os encontros das pessoas, a fim de reduzir o estresse urbano, o que seria uma espécie de remédio.
É necessário inverter as ações políticas, praticamente todas elas dirigidas ao fazimento de grandes obras, que, evidentemente, demandam recursos elevados, havendo casos de suspeições até por parte dos observadores mais atentos.
Investir em vilas e favelas, como o prefeito Fuad II diz que irá fazer, esta sim, seria para ele um marco de sua administração, porque a existência de favelas em qualquer cidade, é, no mínimo, sinal de concentração de renda por alguns e falta de um serviço social digno para causar transformações urbanas.
Agora, uma coisa é falar e outra bem diferente é fazer para que se possa crer na honestidade de uma promessa cumprida. E então a gente põe, como se diz, fé, porque sabemos, a fé sem obra é morta, como já dizia o apóstolo de Jesus Cristo, Tiago. Não basta ter fé, ter vontade política de resolver os problemas sociais que gritam em cada esquina. É fundamental ter prática política, porque o desejo por si só não tem o condão de tornar-se realidade a solução para as necessidades de um povo.