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Por enquanto, a Serra do Curral está salva das máquinas da Taquaril Mineração

Por enquanto, a Serra do Curral está salva das máquinas da Taquaril Mineração

O Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF) suspendeu a licença da empresa, que tem de parar em todo o seu complexo minerário. Mas só o tombamento geral, salva a serra.

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16-12-2022

12h:05

Os processos e as críticas feitas por ambientalista mineiros contra a licença prévia concedida à Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) tiveram resultados positivos: a licença concedida à empresa foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6).

Com a decisão judicial, a Tamisa tem de suspender imediatamente todo o complexo minerário da empresa, que opera na capital, em Nova Lima e em Sabará.  

A decisão atende a uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF), ajuizada em junho passado, com o entendimento de que as ações minerárias da empresa afetam a comunidade quilombola Manzo Ngunzo Kaiango.

Anteriormente, a Justiça Federal havia negado o pedido do MPF em 1ª instância, mas por decisão do desembargador federal Álvaro Ricardo de Souza Cruz, do TRF-6. Para ele, “a Administração Pública, ao analisar licenciamento ambiental no qual as atividades examinadas possam impactar a vida dos povos quilombolas, deve consultá-los de maneira específica, conforme a particularidade do caso e das individualidades e tradições de suas comunidades”.

Convém lembrar a instalação do complexo havia sido suspensa em agosto último, por decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Convém lembrar ainda mais, em meados da década de 1970, a então Minerações Brasileira Reunidas (MBR) queria minerar a Serra do Curral, mas da forma a mais agressiva, que, segundo estudos feitos à época pela Fundação João Pinheiro, em 15 anos teriam destruído o frontispício da serra visto na direção da Avenida Afonso Pena.

Foi uma reportagem nossa e um poema de Carlos Drummond de Andrade, que, inclusive, está plantado, fundido em aço, na entrada do Parque da Serra do Curral, que demoveram a MBR de cometer um sacrilégio contra o cartão postal da capital. A empresa abriu o buraco atrás da serra e esse buraco se vai enchendo de água de um córrego já faz uns 15 anos, e só ficará cheio mesmo em 2025.

O que é preciso conseguir é o tombamento definitivo da Serra do Curral. O Conselho estadual do Patrimônio Cultural (Conep) vem buscando isso, mas ações impetradas na Justiça atravessaram no meio do caminho.

Imagem da Galeria Tamisa está impedida de minerar na Serra do Curral, que aguarda tomabamento geral
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RBN