Pirapora tem dois monumentos interditados
Um é o vapor Benjamim Guimarães, que está sob “fogueiras” à espera da reforma reclamada pela população; e o outro é a ponte Marechal Hermes
05-02-2024 às 12:32h.
Direto da Redação
A atraente cidade de Pirapora (MG), a 345 quilômetros de Belo Horizonte, possui dois monumentos, além do principal, o majestoso e maltratado Rio São Francisco, monumentos que são únicos no mundo.
Um deles é o Vapor Benjamim Guimarães, o único ainda hoje existente no mundo movido a lenha – atualmente está fora do rio, sobre “fogueiras”, à espera de uma reforma que tarda, fica num vaivém, sai não sai, virou um fuzuê.
O outro é a ponte Marechal Hermes. Uma portentosa obra de arte em ferro, vinda da Bélgica para contribuir com os trens da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), numa época em que este era o melhor meio de transporte – e ainda seria, talvez mais ainda se fosse levada em consideração a sua relevância e a imensidão do território do Brasil.
É sobre a ponte Marechal Hermes que se quer tratar aqui, baseado em informações do intrépido ambientalista da cidade, Aparício Mansur. Foi inaugurada em 10 de novembro de 1922. É toda metálica e estruturada em treliça, com ligações rebitadas.
A ponte foi tombada em 1985, com inscrição no Livro do Tombo Histórico, das obras de Artes Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos.
Ela tem quase um quilômetro de extensão. Foi fabricada na Bélgica. Foi uma maneira de ligar, pela via do trem de ferro, o Rio de Janeiro à Belém do Pará, mas como o projeto vigoroso do trem não vingou, serviu para ligar Pirapora a Buritizeiro.
Nos dias de hoje a ponte é utilizada para travessia a pé ou de bicicleta, mas em passado recente era usada, da maneira a mais improvisada possível, para carros economizarem gasolina, mas correndo riscos.
Para atravessar o Rio São Francisco pela ponte a distância é de só um quilômetro, e pela ponte de concreto são seis quilômetros.
Mas, quando era usada para travessia com carros, “era preciso ter coragem, perícia e nenhum medo”, como conta Mansur: “Após a desistência da continuação da ferrovia, a ponte ficou ali de paisagem...
Veio então a ideia de colocar tábuas ao lado dos trilhos da linha férrea, que poderiam então tornar a travessia de carros mais viável, economizando, ao invés de passar pela ponte de concreto. Mas acontecia de as rodas dos veículos escaparem das tábuas colocadas ao lado dos trilhos e era uma dificuldade enorme para restabelecer a normalidade. As mãos francesas que foram instaladas na lateral da ponte não constavam do projeto original, que acabou por facilitar a passagem de pedestres, bicicletas e motos. “Mas, e os carros?”
A ponte está interditada para carros, por medida de segurança. “Tá caindo aos pedaços”, disse Mansur.