
Mais uma vez o Agro é responsável pelo crescimento do PIB do país - créditos: divulgação
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31-05-2025 às 13h23
Direto da Redação
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou crescimento de 2,9% no primeiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da 17ª alta consecutiva na comparação interanual. Em relação ao quarto trimestre de 2024, a economia avançou 1,4%, impulsionada principalmente pelo desempenho da agropecuária.
No acumulado em 12 meses, o PIB cresceu 3,5%. Em valores correntes, o resultado do trimestre totalizou R$ 3 trilhões, sendo R$ 2,6 trilhões em valor adicionado a preços básicos e R$ 431 bilhões em impostos sobre produtos líquidos de subsídios.
A alta trimestral colocou o Brasil entre as economias com maior expansão no início de 2025, segundo levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas a Irlanda (3,2%) apresentou desempenho superior. China (1,2%) ficou atrás, enquanto economias desenvolvidas como Estados Unidos (-0,1%) e Japão (-0,2%) apresentaram retração.
Agropecuária lidera crescimento
Com participação de 6,5% na economia, o setor agropecuário teve expansão de 12,2% na comparação com o trimestre anterior, e de 10,2% na comparação anual. Segundo o IBGE, o resultado reflete condições climáticas favoráveis, base de comparação baixa em 2024 e expectativa de safra recorde de soja, além de bom desempenho de milho, arroz e fumo.
“A agropecuária tem se beneficiado de um cenário positivo para os principais produtos da lavoura. A soja, em especial, deve puxar a safra para um patamar recorde”, destacou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Indústria desacelera no trimestre, mas cresce 2,4% em um ano
A indústria registrou variação negativa de 0,1% frente ao último trimestre de 2024 — movimento classificado como estabilidade pelo IBGE —, mas cresceu 2,4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. A construção civil (3,4%) manteve trajetória de expansão, impulsionada por aumento na ocupação e na produção de insumos típicos do setor.
Já a indústria de transformação (2,8%) foi favorecida pela produção de máquinas e equipamentos, metalurgia e produtos químicos e farmacêuticos. A atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos cresceu 1,6%, com impulso do consumo residencial. As indústrias extrativas apresentaram leve alta de 0,2%, com influência positiva do petróleo e gás natural, compensando a retração na extração de minério de ferro.
Serviços crescem 2,1% na comparação anual
Com peso de cerca de 70% no PIB, o setor de serviços cresceu 0,3% em relação ao quarto trimestre e 2,1% frente ao mesmo período de 2024. O destaque foi o segmento de informação e comunicação, que avançou 3% no trimestre e 6,9% em 12 meses — puxado principalmente pelo crescimento da demanda por serviços de internet e desenvolvimento de sistemas.
Outras atividades com alta relevante foram as imobiliárias (2,8%), serviços diversos (2,5%) e comércio (2,1%). Transporte, armazenagem e correio cresceram 1,1% na base anual, mas apresentaram retração de 0,6% em relação ao último trimestre de 2024.
Setor externo: exportações e importações em alta
As exportações de bens e serviços subiram 2,9% no trimestre, enquanto as importações avançaram 5,9%, evidenciando o aumento da demanda doméstica e o fortalecimento do consumo interno — fator também citado por integrantes do governo federal.
Em reação aos dados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em publicação nas redes sociais que “mais um trimestre fazendo a roda da economia girar, com mais emprego e renda para os brasileiros”. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também celebrou o resultado, destacando o crescimento do consumo e dos investimentos.
Fonte: IBGE