Pesquisa da Ufla descobre produto que impede crescimento de bactérias em hospital
É baseado em nanopartículas do metal prata e resina impermeabilizante, importante para ser usado em móveis como macas de madeira do tipo MDF.
10-04-2023 – 09h35
Direto da Redação
A satisfação causada por uma notícia boa, claro, faz bem ao leitor e é por isso que deve ser destacada para contagiar a todos. Veja bem, uma pesquisa da Universidade Federal de Lavras (Ufla), no Sul de Minas, desenvolvida pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia de Biomateriais (PPGBioMat), da Escola de Engenharia (EENG/Ufla) chegou a um produto que breca o crescimento de duas bactérias hospitalares: a Staphylococcus aureus e Eschericia coli.
O produto é baseado em nanopartículas do metal prata e resina impermeabilizante, importante para ser usado em móveis como macas de madeira do tipo MDF, sigla em inglês (“Medium Density Fiberboard”), que em português significa “placa de fibra de média densidade”, que não são imunes às bactérias hospitalares e podem aumentar as infecções em doentes nos hospitais. Elas não desaparecem nem com a higienização, e com a descoberta desse produto, é possível evitar o desenvolvimento dos micro-organismos tanto em hospitais como em clínicas.
A professora Lívia Elisabeth Brandão Vaz se mostra entusiasmada com os resultados positivos da pesquisa, o que leva ao desenvolvimento de outros produtos à base de nanopartículas de prata. A intenção é fixar nos painéis de madeira MDF, no ato de fabricação, para que em ambientes de hospital reaja com as bactérias de modo a inibir o crescimento delas.
Ao adquirir uma maca, nela já estará fixado uma resina de poliuretano, que impermeabiliza o revestimento da madeira MDF. Os estudos feitos até aqui, segundo a professora, “são incríveis, e realmente inibem o crescimento das bactérias estudadas”, o que não impede que aconteça a outras bactérias do ambiente de um hospital. “Um segundo passo seria continuar os estudos para verificar o tempo de duração do produto na superfície”, acrescentou.
O importante também é que se trata de uma técnica inédita. O produto contribui para a redução do índice de infecções “presentes dentro de ambientes médico-hospitalares e, como efeito, reduz o número de mortes de pacientes associadas às infecções bacterianas”, ela disse.
O estudo resulta de pesquisa de mestrado de Fernanda Carolina Resende, com coorientação da professora Roberta Hilsdorf Piccoli e do professor Rafael Farinassi Mendes.
O interessante é que chama atenção para o contato dos pacientes com as superfícies e equipamentos médicos contaminados. Essa é a fonte principal de transmissão de doenças bacterianas em hospitais. Contaminam mãos e luvas dos profissionais de saúde e acabam chegando também aos pacientes hospitalizados.