As obras de reforma do vapor Benjamim Guimarães, em Pirapora, estão indo de vento em popa. Dentro de meio ano a embarcação deixará “as fogueiras” para voltar ao leito do Rio São Francisco.
20-12-2024 às
Direto da Redação
Certamente, no dia em que a população da operante cidade de Pirapora, no Norte de Minas, ouvir o primeiro apito nostálgico do vapor Benjamim Guimarães, será uma festa. Sob “fogueiras” há mais de dois anos fora do leito do Rio São Francisco, a embarcação está sendo recuperada e desta vez, os serviços estão sendo executados “de vento em popa”, para usar uma expressão apropriada, depois de uma temporada de polêmicas.
Dos adultos mais antigos às crianças, todo piraporense tem uma história para contar sobre o vapor Benjamim Guimarães com mais de cem anos, o único exemplar do mundo movido a lenha. Quando estiver restaurado, a navegação não fará mais o trajeto Pirapora-Juazeiro, no Norte da Bahia, porque o Rio São Francisco já não tem água para isso. Mas será usado para viagens turísticas, de recreio, o que poderá dar a quem nunca viajou de vapor, o gostinho de um passeio para sentir a sensação de estar navegando.
A reforma da embarcação tornou-se possível depois que o prefeito Alex César (UNIÃO) finalmente conseguiu um patrocínio da Eletrobrás, de R$ 5,6 milhões, a fundo perdido. Enquanto isso não acontecia, o vapor gerou uma série de controvérsias com críticas ao prefeito, que já havia conseguido um empréstimo para ser pago com dinheiro público, quando aconteceu o financiamento por parte da Eletrobrás, o que economiza recurso público.
Para quem ainda não sabe, o Benjamim Guimarães foi construído nos Estados Unidos e veio para o Brasil navegando pelo Rio Mississipi e entrou em território brasileiro pelo Amazonas e de rio em rio, entrou no São Francisco até alcançar Pirapora. Talvez se a embarcação tivesse de fazer a viagem de volta aos Estados Unidos, já não seria mais possível porque “os rios morrem de sede”, como escreveu o jornalista e escritor Wander Piroli, autor do livro com esse título.
Com os fenômenos provocados pelas mudanças climáticas, as expectativas não são boas em relação ao meio ambiente. Como disse o astrofísico Paulo Artaxo da Universidade de São Paulo (USP) ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, “o Brasil será o país mais afetado pelas mudanças climáticas”. O País precisa se preparar para amenizar pelo menos os impactos que, inevitavelmente, irão acontecer.