
É hora de revisar e adaptar os modelos de negócios atuais, considerar novas abordagens. CRÉDITOS: Divulgação
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28-03-2025 às 14h00
Enio Fonseca*
Pretendemos neste artigo ampliar o acesso às informações contidas no documento original elaborado pela Consultoria Ernest Young, intitulado Os 10 principais riscos e oportunidades para empresas de mineração e metais em 2025, e que pode ser acessado em sua versão original pelo site:
https://www.ey.com/pt_br/insights/energy-resources/risks-opportunities
Durante junho e julho de 2024, a EY entrevistou líderes seniores de mineração e metais em todo o mundo de organizações com pelo menos USD 1 bilhão em receita por meio de uma pesquisa on-line. No total, 353 respostas exclusivas foram coletadas e tabuladas.
A amostra é formada por 35% de presidentes, vice-presidentes ou diretoria; 17% de conselheiros ou profissionais do nível C-Level; e 48% de líderes de departamentos, unidades de negócios ou grupo de commodities.
O Estudo avalia que os 10 principais riscos e oportunidades para empresas de mineração e metais em 2025 revelam que o setor está pronto para abraçar a transformação necessária para atender à crescente demanda em um sistema de energia em constante mudança, e pondera que os mineradores que fazem mudanças significativas e transformadoras em seus negócios podem remodelar seu futuro com confiança, acelerar caminhos para novos valores e obter vantagem competitiva.
Os 10 principais riscos e oportunidades para empresas de mineração e metais em 2025 comparados com 2024 foram
1. Capital/Investimento
As mineradoras continuam enfrentando um maior escrutínio dos investidores sobre como o investimento é implantado, com um forte foco na disciplina de capital e nos retornos.
2. Gestão ambiental
O “E” em meio ambiente, social e governança (do inglês ESG) é o foco principal das empresas de mineração, com evidências de um aumento significativo nos esforços para criar um legado ambiental positivo.
3. Geopolítica
O nacionalismo de recursos continua aumentando, impactando as regras tributárias e os direitos de propriedade.
4. Esgotamento de recursos e reservas (nova inserção)
As empresas de mineração devem continuar desenvolvendo maneiras melhores de extrair e otimizar minerais e metais essenciais para atender à crescente demanda e, ao mesmo tempo, proteger nosso meio ambiente.
5. Licença para operar
Em todo o mundo, comunidades e governos esperam que os mineradores façam mais para apoiar as comunidades no presente e deixar um legado positivo para o futuro.
6. Aumento dos custos e da produtividade
Os mineradores continuam enfrentando altos custos, principalmente em relação à mão de obra e energia.
7. Mudanças climáticas
A intensidade das emissões dos locais das minas diminuiu cerca de 10% desde 2020, principalmente por meio do uso de energia renovável.3
8. Novos projetos (nova inserção)
A burocracia regulatória está aumentando os prazos de entrega dos projetos. Os altos custos tornam as novas minas mais intensivas em capital, e a falta de trabalhadores qualificados significa que a entrega oportuna do projeto será mais desafiadora.
9. Mudando os modelos de negócios
Em sua busca por capturar mais valor, as empresas de mineração e metais estão reavaliando seus modelos de negócios, com muitas se concentrando nas oportunidades de sustentabilidade.
10. Inovação
A mineração sustentável e econômica em grande escala não acontecerá sem inovação, especialmente à medida que os recursos se esgotam, os custos aumentam, o talento se torna escasso e as pressões ambientais aumentam.
É hora de revisar e adaptar os modelos de negócios atuais, considerar novas abordagens e avançar com as parcerias e inovações que permitirão ao setor atender à demanda de maneira sustentável e otimizada.
Com o acesso a capital mais difícil, as mineradoras precisam investir em produtividade para fazer mais com seus recursos, com destaque para a força de trabalho, que tem se mostrado escassa, especialmente a mais qualificada para essa atividade de extrair o minério em condições mais desfavoráveis.
*Enio Fonseca é CEO da Pack Of Wolves Assessoria Socioambiental, foi Superintendente do Ibama, Conselheiro do Copam, Superintendente de Gestão Ambiental do Grupo Cemig, foi Gestor de sustentabilidade da Associação Mineradores de Ferro do Brasil- AMF, Diretor de Meio Ambiente e Relacoes Institucionais da SAM METAIS, Diretor da ALAGRO.