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Olimpíadas: de Paris 2024 a Los Angeles 2028

Olimpíadas: de Paris 2024 a Los Angeles 2028

É claro que esperamos sempre mais, sempre desejando ver a bandeira no lugar mais alto do pódio, e um(a) atleta emocionado(a) ao som do Hino nacional

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18-08-2024 às 09h:29

Mariana Grilli Belinotte*

As Olimpíadas de Verão chegaram e passaram. Mais uma vez as grandes histórias ocuparam nossos dias com vitórias, competições e derrotas. Histórias de superação, de persistência, e também momentos tristes, quando mesmo com esforço e dedicação, a medalha escapa, como ocorreu, por exemplo, com Hugo Calderano e Ana Sátila.

O Time Brasil esperava superar os resultados de Tóquio (7 Ouros, 6 Pratas e 8 Bronzes, 21 medalhas no total). Não conseguiu. Foram 20 medalhas: apenas 3 Ouros (Ana Paula e Duda no vôlei de praia; Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística), 7 Pratas e 10 Bronzes.

Um resultado positivo? Negativo? Não é tão simples assim, e deve ser analisado com calma. É claro que esperamos sempre mais, sempre desejando ver a bandeira no lugar mais alto do pódio, e um (a) atleta emocionado (a) ao som do Hino nacional.

Alguns esportes medalhistas em outras edições decepcionaram, como a natação e a vela. Outros, como o vôlei de praia e o judô, apresentaram os bons resultados de sempre. Nas modalidades recém-adicionadas aos Jogos, Skate e Surf, o Brasil se destaca, mostrando que somos mesmo o País do futuro. E, como antecipei em minha coluna anterior, o apoio das Forças Armadas e do Ministério da Defesa novamente foi essencial, pois os atletas do PAAR conquistaram ao menos 10 das medalhas obtidas neste ano.

Ressalto ainda o feito da ginástica artística feminina: é a primeira vez que um país da América do Sul* sobe ao pódio nessa categoria — e a estreia foi em grande estilo, com quatro medalhas, comoção nacional, e o merecido reconhecimento às atletas e sua comissão técnica. Aliás, as mulheres em geral estão de parabéns, tendo conquistado a maior parte das medalhas e todos os Ouros dessa edição.

O fato é que, comparado ao resto do subcontinente, o Brasil é uma potência.

Quem mais se aproximou foi o Equador, com cinco medalhas. A Argentina conquistou apenas três medalhas, o Chile, duas. É uma diferença significativa, que mostra que nossa competição não é em nível regional: nossa disputa se dá em nível global, e a preparação e os investimentos devem ser de acordo.

É claro que não esquecemos os desafios superados para chegar a esse patamar.

Os Jogos Olímpicos não são o paraíso da igualdade e da meritocracia, por mais que se apresentem dessa forma. Desde a concentração geográfica do evento, quase sempre sediado no hemisfério norte, até as repetidas decisões no mínimo questionáveis da arbitragem, é possível ver que barreiras geopolíticas entre o “Primeiro Mundo” (que concentra a maior parte das medalhas) e os “outros” ainda existem.

Um sinal nítido da diferença entre “eles e nós” foi o tratamento complacente dado à cidade-sede, Paris. Problemas como a falta de qualidade da água do Sena, da comida e dos quartos da Vila Olímpica, a exclusão dos moradores da cidade do evento ou o fato de que os atletas permaneceram na chuva durante a — na minha opinião, bem sem graça — festa de abertura foram prontamente relevados. Agora, imagine se tudo isso tivesse acontecido em alguma cidade ao sul da Linha do Equador, como o Rio de Janeiro…

Isso sem falar na questão que ninguém quis comentar: o surf ocorreu em um território colonizado e controlado pela França, que também foi utilizado para testes nucleares que até hoje repercutem na saúde da população local. Liberdade, igualdade e fraternidade? Pelo visto apenas para os nascidos na Metrópole.

A próxima edição dos Jogos será em Los Angeles, em 2026. É esperado que a rivalidade que marcou a edição de Paris, entre EUA e China, empatados em número de medalhas de Ouro, se aprofunde até lá. Outras questões, como mudanças nos sistemas de pontuação e nas regras antidoping, ou a distribuição de vistos para os atletas — principalmente aqueles oriundos de países em conflito com os Estados Unidos — aparecerão até lá. Para o nosso País e para os nossos atletas, é mais uma chance de melhorar nossos resultados e de conquistar mais vitórias. Para os brasileiros e brasileiras que representaram o Brasil, nosso muito obrigado, e até a próxima!

Foi a primeira vez também de um país africano no pódio da ginástica artística feminina, com o Ouro de Kaylia Nemour, da Argélia.

*Mariana Grilli Belinotte é bacharel e mestre em Direito (USP, UFMG) e doutoranda em Ciências Militares (ECEME). Participa do Laboratório de Pesquisa em Poder Cibernético (LPCiber), do Grupo de Estudos Estratégicos Raul Soares e do Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) 

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Minha querida amiga concordo plenamente com teus comentários. Nossos atletas que chegam ao pódio em competições internacionais são.ns verdade verdadeiras excessos e fruto de um esforço próprio imenso em relação à realidade do nosso pais

 

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