
CRÉDITOS: Divulgação/Seinfra
06-08-2025 às 09h28
Direto da Redação*
Quando os estudantes do curso de Ciência do Estado, oferecido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) editam um jornal intitulado “Nova Roma”, ideal brasileiro idealizado pelo professor Darcy Ribeiro, os acontecimentos comprovam o início do deslumbre dele. As obras de transposição do Rio São Francisco, o maior rio artificial do mundo, mais de 10.000 km de extensão do Nordeste adentro, promete beneficiar milhões de brasileiros.
Sem dúvida, irá revolucionar a infraestrutura brasileira e significará o futuro do Nordeste deste Brasil continental, a “Nova Roma”, em versão moderna e mais significativa.
A transposição do Rio São Francisco é uma obra que já devia ter sido feita no século passado para acelerar o desenvolvimento do Nordeste brasileiro. Mas, pensando bem, antes tarde do que mais tarde. A transposição já é uma realidade iniciada pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007.
Isto é motivo de orgulho de ser brasileiro, porque a transposição é um enorme desafio e resolverá a vida de milhões de brasileiros, além de ser uma das maiores vitórias da engenharia nacional. É um projeto bilionário bastante audacioso. Está em estudo, inclusive a ideia de expandir para mais de 10 mil quilômetros.
Só quem nasceu e vive no Nordeste brasileiro sabe como é o chamado “drama da seca”. Lá há regiões onde chove 800 mm por ano. Imagina como sofre a produção agrícola, e, por consequência, os agricultores e suas famílias.
As cenas de caminhões-pipa e açudes esporádicos eram comuns, quando foi criado o projeto de transposição do Rio São Francisco. Hoje, 75% da ideia já é realidade e leva água para os estados mais castigados pela seca, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
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O Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) já concluiu os dois grandes eixos Norte e Leste. São 477 km de extensão no total — 260 km no Eixo Norte e 217 km no Eixo Leste, que levam água para cerca de 390 municípios em quatro estados nordestinos. Beneficiadas são mais de 12 milhões de pessoas diretamente.
Já foram construídas estações de bombeamento, aquedutos, reservatórios e túneis, com destaque para o Túnel Cuncas I, de 15 km de extensão, tido como o maior para transporte de água da América Latina.
Outro destaque da obra é o chamado “Ramal do Agreste” na região central de Pernambuco, considerado uma solução vinda a calhar para as necessidades do estado, com 71 km, já em operação. Solução para cidades que sofriam com colapsos no abastecimento.
Com os principais eixos já em operação, está em andamento o ramal do Apodi, com 115 km de extensão e benefícios para mais de 750 mil pessoas de 54 município do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba. A obra tem previsão de entrega para outubro.
No mês de maio deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou duplicar a capacidade de bombeamento do Eixo Norte, para dobrar o volume de água de 25 m³/s para 49 m³/s e beneficiar mais 8,1 milhões de pessoas em 237 municípios, cp, custo de R$ 490 milhões.
Estão também nos planos e em estudos de expansão os eixos Sul e Oeste. O eixo Sul, de 400 km, atenderá Bahia e Sergipe. O eixo Oeste, as regiões do Piauí. As fases preparatórias estão em andamento.
Diante de tudo isso, o sistema de transposição poderá chegar a mais de 10.000 km de extensão.
Apesar da sua importância, o projeto não deixa de ser criticado. Há quem alerta para o risco de retirar água de áreas de alta demanda e também de favorecimento à agroindústria e “carcinicutura” (camarões), em prejuízo de comunidades vulneráveis.
Mas, sem dúvida a transposição do São Francisco é de integração nacional, porque fornece água de forma justa e com eficiência. O próximo passo é garantir que a gestão e distribuição sejam feitas com qualidade.
O governo federal pretende criar uma parceria público-privada (PPP) para administrar os canais dos eixos Norte e Leste, com leilão até o final deste ano, no modelo de “concessão patrocinada”.
O que importa, daqui para a frente. é o avanço das demais etapas com a mesma agilidade, dentro do respeito às necessidades das populações, e garantir água onde antes só havia sede.
Grande obra, a transposição do Rio São Francisco, mas há notícias de ocorrência de corrupção que atrapalham o andamento dessa obra tão importante para o Nordeste brasileiro.