14-12-2024 às 10h10
Gisele Bicalho*
Por aqui, temos mais um morador. Gatinho veio viver com a gente. Foi trazido pelo meu irmão. Por aqui é chamado de Gatinho. Simples assim. Poderia ser Félix, Gabo … As possibilidades são infinitas. Mas o danadinho não aceitou. Ignorou todas as nossas tentativas de dar um nome a ele. Por fim, nos rendemos.
A verdade é que o nosso Gatinho chegou como um presente. Desde então virou brinquedo do Rock e um fiel companheiro da Meg. O Rock é da pá virada. Faz da vida do Gatinho um caos. Não tem limites. Já, a Meg é uma cachorra encantadora. É dócil, silenciosa e leal.
Na convivência diária descobri que tenho muito a ver com os gatos. Valorizo o meu espaço, tenho um carinho sincero pelas pessoas e uma paixão pela lua. Minha curiosidade me leva a enfrentar portas e corações fechados. O espreguiçar para mim é uma arte e prefiro mil vezes uma boa música ao barulho. Prezo o respeito mútuo, aprecio uma certa desordem e valorizo a boa companhia. Abro meu coração quando estou confortável para fazê-lo.
Ah, também acredito ter “sete vidas”. Inúmeras razões para acreditar que fui privilegiada com a mesma capacidade que os gatos têm de sobreviver a situações difíceis. Essa resiliência tão necessária para a sobreviver às intempéries deu aos felinos a fama de serem felizes proprietários de mais de uma vida. Confesso que já esgotei algumas. Quanto às que me sobraram, procuro viver da melhor forma que posso.
Outra informação preciosa sobre gatos. Em algumas culturas, devido à sua linda aparência, são considerados animais místicos. Nesses lugares atribuem aos felinos uma ligação estreita com espiritualidade. Talvez porque possuem sentidos aguçados, entre eles, a visão noturna, o olfato apurado e a audição sensível. Há até relatos de que os gatos podem sentir terremotos antes de acontecerem. Possivelmente devido à sensibilidade a vibrações e mudanças no ambiente, embora isso ainda esteja sendo estudado cientificamente.
Infelizmente não tenho essa capacidade. Por aqui não temos registro de terremotos. Se tivéssemos a ocorrência desses fenômenos eu certamente não saberia como prevê-los. Mesmo que o olfato e a audição ainda estejam em dia, a minha visão mal dá para o gasto. Por falar nisso, ando precisada de um bom oftalmologista. A vista não anda lá essas coisas. Exaustão do material, diriam os entendidos. Afinal, o corpo tem prazo de validade.
Continuando a nossa prosa, os gatos também são fontes de inspiração para compositores. Quem aí nunca cantou “eu sou um negro gato de arrepiar”. Curiosa fui pesquisar, porque sou dessas. Descobri que a canção “Negro Gato” foi escrita por Getúlio Côrtes. A gravação original é da banda Renato e Seus Blue Caps. A canção também foi sucesso nas vozes de Roberto Carlos e Luiz Melodia. A música Three Cool Cats, um hit nos Estados Unidos nos anos 60, inspirou Cortêz. A letra veio da convivência com um gato preto que morava perto de sua casa.
Se os gatos inspiram compositores, na literatura não é diferente. Quem nunca se perguntou porque o sorriso do gato de Alice é tão famoso? E como a curiosidade matou um gato (ops!) voltei a pesquisar. Vi que assim como o Chapeleiro Maluco personifica a fantasia e os sonhos, o Gato de Cheshire simboliza a incerteza e a ambiguidade que Alice encontra ao longo de sua jornada. Com seu famoso sorriso e frases enigmáticas, na obra de Lewis Carroll o Gato atua como uma figura que desafia Alice a questionar a realidade e a lógica ao seu redor.
Ainda sobre os felinos, costumo me referir aos homens interessantes como “gatos”. Dependendo da idade do tal objeto do desejo o adjetivo pode variar para “gatinho”. Exemplos? Temos vários. Que tal o Kim Seon Ho? Esse, sim, um gato sul coreano de tirar o fôlego. Haja talento e beleza. Pacote completo. O mesmo se aplica ao Brad Pitt e ao George Clooney. Outro que se enquadra nessa categoria é o Cauã Reymond. Já “gatinho” cai como uma luva em Chay Suede. Além dele, quem mais? Que tal Cha Eun Woo, o reizinho da Dramalândia? Qual dorameira nunca sonhou com aqueles olhos que sorriem? O Chazinho costuma curar muitas dores. Solidão é uma dela.
Voltando ao “x” da questão, a lista de “gatos” e “gatinhos” é imensa. Melhor parar por aqui. Mas fique à vontade para indicar quem faz parte do seu ranking de felinos. Quanto a mim, estou indo ali pra ver se está tudo bem com o nosso Gato. Faz tempo que ele não ronrona por aqui. Até mais.
*Gisele é jornalista