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30-12-2025 às 11h32
Carolina Lara*
Levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que os transtornos de ansiedade atingem cerca de 301 milhões de pessoas no mundo, enquanto a depressão afeta mais de 280 milhões. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE) mostram que quase 10% da população adulta já recebeu diagnóstico de depressão, quadro que costuma se agravar em períodos de maior estresse emocional, como o fim do ano.
Para o psicólogo e pesquisador Jair Soares dos Santos, do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT), o calendário de dezembro reúne fatores que ampliam a sobrecarga psíquica. “Confraternizações, cobranças familiares, balanços pessoais e expectativas para o próximo ano se acumulam em poucas semanas. Quando não há espaço para elaborar essas emoções, o corpo encontra outras formas de expressão”, afirma.
Sintomas como dores musculares, crises gastrointestinais, enxaquecas, fadiga persistente e alterações no sono tornam-se mais frequentes nesse período, mesmo na ausência de diagnósticos clínicos objetivos. A explicação está no impacto direto do estresse emocional prolongado sobre o funcionamento do organismo.
Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicam que o estresse crônico está associado ao aumento de processos inflamatórios e a alterações no sistema imunológico, o que contribui para o surgimento de sintomas físicos recorrentes. A literatura científica também aponta correlação entre sofrimento psíquico não elaborado e quadros como síndrome do intestino irritável, dores crônicas e manifestações de ansiedade somatizada.
Segundo Santos, o problema não está nas celebrações em si, mas na pressão social por demonstrar bem-estar em um momento emocionalmente desafiador. “Há uma exigência silenciosa de felicidade e harmonia, mesmo quando a pessoa está exausta ou atravessando perdas. Esse conflito interno favorece a somatização”, diz.
A leitura psicossomática não substitui a avaliação médica, mas contribui para ampliar a compreensão de sintomas persistentes sem causa orgânica identificável. Especialistas recomendam atenção a sinais como dores recorrentes, insônia, alterações bruscas de apetite, crises de ansiedade e queda de imunidade, além da busca por acompanhamento profissional quando essas manifestações se repetem. Estes fatores devem ter atenção especial quando não possuem causas definidas.
Em um período marcado por encontros e celebrações, o cuidado passa também pelo reconhecimento de limites emocionais. “Escutar os sinais do corpo é uma forma de prevenção. Ignorá-los pode transformar um desconforto passageiro em um problema crônico”, conclui Santos.
Sobre o IBFT
O Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) é uma instituição educacional dedicada à formação de terapeutas especializados em saúde emocional. Fundado com o propósito de transformar vidas por meio do conhecimento, o IBFT oferece formações em diversas áreas, incluindo a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), uma metodologia desenvolvida para tratar dores emocionais profundas. Com mais de 50 mil terapeutas formados no Brasil e no exterior, o instituto se destaca por sua abordagem prática e eficaz no tratamento de traumas, fobias, depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais.

