
Evidente e infelizmente, o problema social não é uma questão só de Belo Horizonte. CRÉDITOS: Lucas Prates
Getting your Trinity Audio player ready...
|
18-03-2025 às 16h10
Direto da Redação*
Andar pelo Centro de Belo Horizonte já foi uma atividade agradável, mas, atualmente, não, por vários motivos, e não é necessário voltar com o ramerrão de sempre porque não modificará nada para melhor. Não se tem a intenção de tratar aqui, neste espaço, da capital mineira no aspecto urbanístico. A questão é bem outra.
A abordagem, desta feita, é quanto à questão social. Está de partir o coração transitar a pé pelo Centro da cidade e imediações porque a quantidade de gente a viver nas ruas, uns em barracas de nylon, outros ao ar livre mesmo. Uns em colchões e outros sobre papelões.
Tristeza é a palavra.
Evidente e infelizmente, o problema social não é uma questão só de Belo Horizonte. O empobrecimento da população está relacionado a pelo menos dois fatores principais. Um deles é a má gestão das políticas sociais do Brasil e o outro os anos de pandemia do coronavírus e o surgimento do negativismo.
Mas, apesar do vírus, no caso específico de Belo Horizonte, a administração da cidade teve tempo suficiente para cuidar da questão dos que se viram na necessidade de irem para as ruas.
Há quem vá justificar dizendo: “Eles não aceitam as regras dos albergues e preferem ficar na rua”. Ou, por outra: “São viciados, drogados, devem ter família, mas preferem viver na rua”.
Não estamos aqui a tentar resolver a questão. Mas chamar, mais uma vez, a atenção para o problema. Dói ver o semelhante na sarjeta. A impotência para solucionar a questão é que faz doer ainda mais.
A gente passa, olha e continua a andar com a imagem daquela pessoa gravada por alguns instantes na tela da mente. Algumas passadas adiante se apagam, mesmo porque isso não faz bem.
O nosso consolo diante de lamúria do que se pode fazer é o que o Diário de Minas pode fazer: tocar o dedão na ferida e ela sangra.
Alguma coisa a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) precisa fazer para pelo menos aplacar o sangramento desta questão social. Ou, então, explicar para a população o porquê de não solucionar, para que o prefeito Damião não venha a ser tachado de omisso.