
Exposição de celebração dos 104 anos do museu Mariano Procópio em juiz de Fora - créditos: divulgação
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25-06-2025 às 11h00
Sérgio Augusto Vicente*
Na noite desta segunda-feira, 23 de junho, o Museu Mariano Procópio completou 104 anos. Desde que foi inaugurado oficialmente pelo colecionador Alfredo Ferreira Lage, em 1921, a instituição vem proporcionando muitos momentos memoráveis ao município de Juiz de Fora, ao qual, em 1936, o fundador doou o parque, os prédios históricos e todo seu acervo.

Em 2025, sob a nova gestão da arquiteta Ana Maria Werneck, o equipamento cultural celebrou dois anos de sua integral reabertura à população e ainda ofereceu aos públicos uma exposição inédita no porão da Villa Ferreira Lage, inaugurada ao som do piano oitocentista da antiga residência dos Lage, tocado pelo músico, arquiteto, professor e pesquisador Rodrigo Spinelli. Intitulada “Coleções que revelam: o centro de Juiz de Fora através do acervo do Museu Mariano Procópio” e com curadoria de Lúcia Barone, Eduardo Machado e Aloysio Gerheim (com participação especial do conselheiro e ex-diretor Antônio Carlos Duarte), a exposição reúne reproduções de telas originais que se encontram depositadas na reserva técnica da instituição.
O critério de seleção das obras de arte se pautou no recorte espacial do projeto de revitalização do centro histórico de Juiz de Fora. No conjunto exposto, estão pinturas feitas por variados artistas, que representam, sob diferentes técnicas de pintura e perspectivas, emblemáticos monumentos arquitetônicos e traçados de algumas ruas, como Halfeld, Getúlio Vargas, Avenida Rio Branco, etc. Logo chamam atenção dos visitantes o irrefreável processo de verticalização do centro da cidade ao longo de décadas, que, infelizmente, custou a demolição de grandes edificações históricas.
Segundo a diretora do Museu, Ana Werneck, essa exposição é um presente da instituição para Juiz de Fora, que acabou de completar 175 anos em maio passado. A curadoria foi meticulosamente pensada para que se estabelecesse um diálogo com a proposta de revitalização do centro histórico pela gestão da prefeita Margarida Salomão (PT).
Ainda de acordo com a diretora, o objetivo é apostar nos efeitos multiplicadores dessa exposição, que será a primeira de sua gestão a ter um caráter itinerante. A intenção, segundo ela, é fazer com que essas reproduções de pintura circulem por escolas e outros espaços culturais de Juiz de Fora e região, fazendo com que o Museu amplie ainda mais sua rede de interlocuções e parcerias. A proposta, que foi muito bem recebida pelas autoridades presentes, servirá a muitos cidadãos como convite ou estímulo à realização de visitas “in loco” à instituição.
Como um espaço não formal de educação, o Museu Museu Mariano Procópio tem como uma de suas missões promover a chamada educação patrimonial, de modo a contribuir para a sensibilização dos públicos quanto à necessidade de se preservar o patrimônio material e imaterial constitutivo da nossa memória social.
A exposição estará em cartaz no porão da Villa até o final desse ano. Portanto, estão todas e todos convidadas(os) a visitá-la. Os prédios históricos e as exposições do Museu estão abertos à visitação de terça à domingo, de 9 às 16h.
Mais um recado importante: o Museu possui um acervo com mais de 70 mil peças, distribuídas no circuito expositivo (atualmente, compreendido pelas exposições “Rememorar o Brasil: a Independência e a construção do Estado-Nação”, “Fios de Memória: a formação das coleções do MMP” e “Villa Ferreira Lage”) e em áreas de guarda, como Reserva Técnica, Arquivo Histórico, Arquivo Fotográfico, Biblioteca e Hemeroteca. Nesses espaços, são realizados processamento técnico, medidas de conservação preventiva, pesquisa, etc. Os interessados em realizar pesquisas na instituição podem entrar em contato pelo e-mail pesquisamapro@pjf.mg.gov.br.
*Sérgio Augusto Vicente é professor de história e historiador, doutor, mestre, bacharel e licenciado em história pela UFJF e colunista do Diário de Minas