
Assassinato a sangue frio em BH - créditos: divulgação
16-08-2025 às 14h00
Alberto Sena (*)
A partir deste meu posto de escuta e de exercício de escrevinhador das coisas, faço uma pergunta dirigida a cada um dos leitores de bom senso, gente que cuida de si e também se ocupa com o amor ao próximo. Você está satisfeito com o quadro social que se apresenta nas ruas desta cidade de horizontes ainda belos?
O desamor movido pelo ódio discriminado dentro e fora desta população do Brasil varonil, está levando de roldão as famílias brasileiras. As pessoas estão armadas por dentro e por fora também, ao ponto de um marido de delegada da Polícia Civil sacar de uma arma e matar a queima roupa um gari que pedia a ele “calma”.
“Pai de família, trabalhador, honesto, coletor de lixo em Belo Horizonte, Laudemir, 44 anos, era evangélico e foi assassinado quando pedia calma para o empresário René, que, de posse de uma arma da esposa, que é Delegada da Polícia Civil, ameaçou matar todos que recolhiam o lixo da sociedade. Mais um Herói morto pelo ódio e desprezo pela vida”. É o que dizem sobre a vítima.
Reflitam comigo, o poder está no dia a dia com quem está armado por dentro e por fora.
Dificilmente a gente vê alguém fazendo um gesto de amor para com o próximo. Precisamos juntos refletir sobre o que vou dizer: se a receita de viver nos moldes atuais dá provas a todo momento de que não deu certo, o bolo queimou, nós e o mundo vamos de mal a pior, por que não mudar a receita?
Mudar a maneira de ser. A mudança do todo só irá acontecer se cada um se mudar por dentro. Falei aqui em várias situações, o retrato social nosso está um horror e está assim porque cada um de nós tem a sua (ir) responsabilidade. Não adianta fazer cara de paisagem. O que é necessário é cada um assumir a mudança, senão dança, dançamos; e o mundo como um todo – já está a caminho – vai virar uma merda, com desculpa da expressão.
Que nenhum de nós venha depois com a desculpa de que o problema é do outro ou dos outros.
Passamos uma vida conjugando o verbo errado, “ter” ao invés de “ser”. Eu tenho/ tu tens/ele tem/vós têm/nós temos/eles têm”.
Agora, conjugue comido: “Eu sou/ tu és/ ele é/ vós sois/nós somos/ eles são”. Perceberam a diferença.
Para chegar ao ponto, cada um de nós deve mudar os pensamentos de negativo para positivo, e ter o controle deles. Querer bem a si é normal, mas devemos querer bem ao outro também se assim não for, não haverá mudança para melhor.
E do modo em que o mundo está, se não houver uma mudança, estaremos a caminho da destruição e de nós mesmos e do ambiente onde vivemos e dele dependemos 24 horas por dia para sobrevivência.
(*) Alberto Sena é jornalista