MPF quer antecipar julgamento de ação da União contra condenados da chacina de Unaí
O Governo Federal gastou com o pagamento de indenizações e pensões para as famílias das quatro vítimas, servidores do Ministério do Trabalho, e quer de volta R$ 29 milhões.
03-04-2023 - 18h:32
Direto da Redação
Para cobrar R$ 29 milhões como compensação dos prejuízos causados aos cofres públicos pelos condenados como responsáveis pela “Chacina de Unaí”, acontecida em 28 de janeiro de 2004, o Ministério público Federal (MPF) solicitou da Justiça Federal do Município, Noroeste de Minas, a antecipação do julgamento da ação movida pela União e o MPF.
A base cálculo do valor, pelo que explicou o MPF, foram as despesas do Governo Federal com o pagamento de indenizações e pensões para as famílias das quatro vítimas, servidores do Ministério do Trabalho, surpreendidos numa emboscada.
Para relembrar os crimes, tudo se deu no dia 28 de janeiro, de manhã, quando os fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares, Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram assassinados numa estrada de terra, no município de Unaí. Eles simplesmente cumpriam com o dever, fiscalizar a região na qual haviam denúncias de trabalho escravo.
Em 2004, o MPF ofereceu denúncia, entretanto, os julgamentos, na primeira instância levaram 18 anos. Só em 2022 tiveram desfecho.
Foram condenados pelo Tribunal do Júri dois fazendeiros por quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, acusados de serem os mandantes, mediante pagamento de recompensa em dinheiro e sem possibilidade de defesa das vítimas.
Eles aguardam, em liberdade, o julgamento de recursos.
Condenados por terem intermediado o crime, outros dois réus aguardam o resultado dos recursos em liberdade. Enquanto isso, os três pistoleiros, que desde 2004 estão presos, foram condenados em 2013.