Mergulho na piscina do interior de si em busca da felicidade
A conclusão serve de alertar para prestar bastante atenção nas escolhas feitas no dia a dia. A vida não nos foi dada para vivermos atabalhoadamente.
12-10-2023 às 09:30h.
Anes Otrebla*
Não há certeza alguma na vida. Tudo é incerto, embora no dia a dia a busca seja pela certeza. Há algumas certezas relativas, como o compromisso agendado para amanhã. Mas, quem poderá dizer que a agenda será de fato cumprida? Ninguém.
Entretanto, no bestunto a reflexão é a seguinte: as incertezas são o combustível, alento para a busca das certezas. E são, portanto, as incertezas que dão à rotina o mote do dia a dia. Desse jeito, em frente vamos à busca da execução dos planos de vida.
Muitas das vezes aprendemos tarde a fazer escolhas melhores. Outro dia aprendemos que a vida é feita de escolhas. Mas só mais tarde se pode analisar se a escolha feita foi a melhor.
A conclusão serve de alertar para prestar bastante atenção nas escolhas feitas no dia a dia. A vida não nos foi dada para vivermos atabalhoadamente. Assim como ninguém redime o outro, cada um tem de buscar a redenção em si mesmo.
Partindo do princípio de que o que está dentro da gente está também fora, o importante é buscar em si mesmo as respostas. Os “sins” e os “nãos”. Em volta do “Eu verdadeiro” circulam os “euzinhos” frutos do ego. São como capetinhas que vivem de querer nos desviar do encontro com o “Eu verdadeiro”.
A felicidade não mora lá no Pico do Itacolomi. Não está aqui nem ali. A felicidade está em cada um de nós. Não está na mulher. Não está no marido. Não está no filho. E muito menos no neto.
Se as pessoas se dão ao trabalho de transferir ao outro a sua felicidade, nunca a encontrará. À medida que nós nos mergulharmos em nós mesmos em busca do “Eu Verdadeiro”, que é a centelha divina, e o encontrarmos, estaremos encontrando a felicidade. Mas como é mais fácil atribuir ao outro ou à coisa, ao dinheiro etc. o depósito da felicidade, corremos o risco de nos distanciarmos dela cada vez mais.
Ademais, não é necessário nenhum acontecimento exterior para alcançarmos o pico do Itacalomi da felicidade. Podemos ser felizes sem depender de coisa alguma, só de nós mesmos. Há quem passe o dia inteiro pensando ser feliz só se ganhar na loteria.
Evidentemente, ter a sorte de ganhar na loteria é muito bom, mas quem disse que dinheiro traz a felicidade? Pode oferecer “momentos de felicidade” aparente. Não é bíblica a expressão de que onde está o tesouro encontra-se o coração? Quem tem muito dinheiro deposita o coração no cofre.
Um esmoler pode se sentir feliz por dentro. E é isso que importa. Ser feliz por dentro. O que me adianta hoje em dia construir uma casa linda por fora e por dentro não ser funcional nem dotada de conforto para o corpo e a alma?
Cada vez mais a vivência mostra que devemos ser como lâmpadas acesas na escuridão. Uma gente-lâmpada acesa ilumina porque se conectou à corrente do “Eu verdadeiro”. E quando essa iluminação acontece compulsivamente é necessário acender outras gentes-lâmpadas.
Imaginemos o Mineirão lotado em noite de Atlético e Cruzeiro. Uma verdadeira loucura. A torcida se sacode e urra feito animal das savanas africanas. De repente, as luzes se apagam. A noite vira breu. O que vemos em seguida? Centenas de pessoas acendendo isqueiro e palito de fósforo para iluminar ao redor.
Essa imagem explicita o que cabe a cada um de nós, acender uns aos outros. Se alguém tem dúvida sobre o que está fazendo neste plano de vida terreno, a dúvida vai desaparecer a partir d’agora: estamos aqui para praticarmos o bem e sermos felizes. Por mais que uma pessoa diga ser feliz, milhões de infelizes há na superfície do globo. A felicidade daquele nunca será plena.
Quem pensa holisticamente, convicto de que a massa humana habitante do planeta é feita de irmãos, entende, mas não compreende como podem os ditos poderosos tumultuarem tanto a vida da humanidade em proveito próprio. O planeta é lindo. Há espaço de sobra para todos.
Possuir o suficiente para viver dignamente, com equilíbrio, é o bastante para qualquer gente-humana. Os concentradores de renda, muitos usurpadores de dinheiro público, será que não pensam, em algum momento, estarem condenando à morte milhares de pessoas enquanto vivem nababescamente?
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