
CRÉDITOS: Divulgação
11-08-2025 às 09h42
Marcelo Barros*
Entre 25 e 26 de agosto de 2025, o Comando de Operações Navais receberá, no Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML), representantes do governo, de empresas e de organizações civis para debater a proteção de cabos submarinos. O objetivo é revisar protocolos, compartilhar conhecimentos e integrar ações para proteger uma infraestrutura que sustenta quase toda a comunicação digital do Brasil.
Importância estratégica dos cabos submarinos
Por baixo das águas que cercam o Brasil, corre uma rede vital e invisível: os cabos submarinos. Por eles trafegam 95% das informações digitais que circulam no país, interligando-o ao resto do mundo. Essa infraestrutura é responsável por viabilizar transações financeiras, comunicações governamentais, operações militares e o funcionamento da própria internet.
Apesar de robustos, esses cabos estão sujeitos a ameaças como atividades de pesca predatória, ancoragem acidental, desastres naturais e, em cenários mais críticos, sabotagem intencional. O workshop busca reforçar as medidas de monitoramento, prevenção e resposta rápida para mitigar riscos.
Cooperação entre Marinha, governo e setor privado
A proteção dessa infraestrutura exige uma abordagem integrada. No evento, estarão presentes autoridades da Marinha do Brasil, representantes de empresas de telecomunicações, órgãos reguladores e especialistas em segurança cibernética. A troca de informações entre os setores público e privado é essencial para identificar vulnerabilidades, aprimorar protocolos e desenvolver soluções tecnológicas de proteção.
Essa parceria também reforça o conceito de segurança marítima ampliada, que considera não apenas o tráfego de embarcações, mas também a proteção de ativos estratégicos submersos.
Do workshop ao exercício prático em Fortaleza
As lições colhidas nos dois dias de debates serão aplicadas no 2º Exercício de Proteção de Cabos Submarinos, previsto para novembro deste ano, na região de Fortaleza-CE. O treinamento prático vai simular incidentes e ameaças, colocando à prova a capacidade de resposta das equipes.
Com isso, a Marinha do Brasil demonstra que a proteção dos cabos submarinos não é apenas uma questão técnica, mas parte central da defesa nacional e da garantia de soberania digital.