Lula toma posse na Presidência do Brasil pela 3ª vez com promessa de resgatar os brasileiros
A terceira posse do presidente Lula é uma demonstração inequívoca da grandeza democrática e da solidez das instituições brasileiras.
Direto da Redação
01-01-2023
18h:42
Se Luiz Inácio Lula da Silva fosse um cantor “popstar” poder-se-ia dizer que o discurso de posse dele proferido na tarde de hoje, no Congresso Nacional, foi um show de um pouco de tudo de bom. Mas, Lula não é cantor “popstar”, e além da apoteótica recepção popular que teve, pronunciou um discurso para ninguém botar defeito, demonstrando conhecer de perto as mazelas do povo brasileiro e disposto a lidar com todas elas.
Antes de adentrar no assunto chamado terceira posse do torneiro mecânico como presidente do Brasil, convém dizer que ele declarou alto, em bom tom e som que recebeu o País exaurido e vários dos seus setores como saúde, educação, dentre outros e a missão dele e do vice-presidente, Geraldo Alkmin é reconstruir o Brasil, dando uma demonstração de garra, aos 76 anos.
Os bolsonaristas mais radicais dentre os que se acamparam em frente aos quarteis do Exército, com a crença de que algo aconteceria “dentro de 72 horas” para mudar tudo para eles – o algo que acreditavam seria um golpe – estão chiando porque criam piamente na possibilidade de “Lula não subir a rampa”.
Ao que parece, o último canto de sereia dos bolsonaristas era o pronunciamento do vice-presidente, general Mourão, que até surpreendeu pela lucidez ao reforçar a democracia, para tristeza dos radicais que se intitulam “patriotas”.
A terceira posse do presidente Lula é uma demonstração inequívoca da grandeza democrática e da solidez das instituições. Depois de passar por tudo que passou e enfrentar as circunstâncias de ter de demonstrar a perseguição sofrida e superar as dificuldades, ele despertou a atenção mundial, hoje, em sua posse, como o Rei Pelé com o seu futebol brilhante.
Tudo funcionou de maneira escorreita na posse do novo-velho presidente, a segurança brilhou, de modo a inibir qualquer ação que não fosse democrática e garantiu ao presidente a tranquilidade para fazer o percurso junto com Alkmin no Rolls-Royce e as suas respectivas esposas.
Numa hipótese, o discurso de Lula podia ter sido conciliatório, mas na situação em que ele recebeu o Brasil, não podia ser diferente do tom adotado e demonstrou fazer questão de enviar para todas as autoridades brasileiras o relatório de como o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o Brasil depois de quatro anos.
Não há dúvida de que a missão do presidente Lula será bastante árdua, mas ele, com a experiência adquirida em duas administrações, sabe onde dói mais o corpo da Nação e investirá, como demonstrou em seu discurso, nas carências a fim de transformar o Brasil e o recolocar no lugar de destaque que ocupou perante as nações.
Lula primou pelo ineditismo, desde a sua maneira de estar sempre lado a lado com Alkmin, ao qual prometera tratar de igual para igual, a receber a faixa presidencial das mãos do povo representado por criança, indígena, negro, mulher, operário e pessoa com deficiência. O ex-presidente Jair Bolsonaro se recusou a participar da solenidade de entrega de faixa e viajou antes para os Estados Unidos, sem dizer quando voltará.
A ocasião nos induz a frisar, aqui, a relação que o presidente Lula tem com Minas Gerais, a partir de Montes Claros, onde se casou com a primeira esposa, Maria de Lourdes da Silva. Ela morreu em sete de junho de 1971, e o médico ao dar-lhe a notícia do óbito, teria travado o seguinte diálogo com Lula da Silva:
- O senhor é o senhor Luiz?, perguntou o médico.
- Sou – respondeu o rapaz.
- O senhor precisa ser forte para ouvir o que vou lhe dizer. Seu filho nasceu morto – e emendou o médico. - É preciso ser mais forte ainda, porque sua mulher também morreu.