
Lula faz pronunciamento e chama bolsonaristas de 'traidores da pátria' — Créditos: Reprodução
15-09-2025 às 10h17
Direto da Redação*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para embarcar para Nova York, onde participará, no próximo dia 23 de setembro, da Assembleia-Geral da ONU. Esta será sua terceira presença no encontro desde o retorno ao Planalto. Em seus três mandatos, Lula só deixou de comparecer em 2010, quando foi representado pelo então chanceler Celso Amorim por estar envolvido na campanha de Dilma Rousseff.
O evento é considerado uma prioridade da agenda internacional do governo e terá papel estratégico na preparação para a COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro. No dia 24, a ONU ainda sediará a Cúpula do Clima, em que os países devem apresentar suas novas metas de redução de emissões e ações de adaptação às mudanças climáticas.
Tradicionalmente, cabe ao Brasil abrir os discursos da Assembleia-Geral, função que Lula já exerceu em 2023 e 2024.
A viagem, porém, acontece em um cenário de forte tensão entre Brasília e Washington. O governo Donald Trump elevou tarifas sobre produtos brasileiros em até 50%, em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o condenou por tentativa de golpe. Além disso, os EUA cassaram vistos de ministros do STF e aplicaram sanções previstas na Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, bloqueando seus bens em instituições sob jurisdição americana.
Neste domingo (14), em artigo no New York Times, Lula afirmou que o Brasil está aberto ao diálogo com os Estados Unidos “em tudo o que possa trazer benefícios mútuos”, mas destacou que “a democracia e a soberania nacional não estão em negociação”.
No mesmo texto, o presidente também respondeu às críticas de Washington, que classificou a condenação de Bolsonaro como uma “caça às bruxas”. Lula defendeu o Supremo e disse ter orgulho da “decisão histórica” que, segundo ele, garantiu a proteção das instituições e do Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro e outros sete acusados de integrar o núcleo central da tentativa de golpe foram condenados esta semana pela Primeira Turma do STF. Após a decisão, os EUA prometeram dar uma “resposta adequada”.