
Novos horizontes para o Brasil - créditos: divulgação
23-10-2025 às 14h34
Direto da Redação
O presidente Lula faz sua primeira visita oficial à Malásia desde que reassumiu o cargo em janeiro de 2023. Ele estará no país entre os dias 25 e 27 de outubro de 2025, a convite da nação-sede da Association of Southeast Asian Nations (ASEAN) como “Guest of the Chair” (convidado de honra da presidência da ASEAN)
O motivo central é a participação no 47th ASEAN Summit e nos fóruns correlatos em Kuala Lumpur, Malásia, que reunirão líderes da ASEAN e parceiros externos importantes.
Durante a visita, Lula tem agenda diversificada:
No dia 25 de outubro, está previsto um cerimônia oficial de boas-vindas no complexo Perdana Putra em Putrajaya, seguida por reunião bilateral com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, no Seri Perdana;
Na reunião entre os dois líderes será feita uma revisão dos laços bilaterais Brasil-Malásia e exploradas novas frentes de cooperação nos setores de comércio, investimentos, semicondutores, ciência & tecnologia, energias; renováveis, indústria halal, agricultura, educação e saúde;
Serão assinados diversos instrumentos: Memorandos de Entendimento (MoUs) para semicondutores, ciência e inovação; um “Exchange of Notes” sobre treinamento diplomático; e uma Carta de Intenções (Letter of Intent) sobre cooperação em recursos genéticos e biotecnologia;
Lula também participará da cerimônia de abertura do 47º Summit da ASEAN e fará pronunciamento no 20th East Asia Summit, além de evento de negócios (ASEAN Business and Investment Summit) em 25-26 de outubro;
No âmbito internacional, está em análise um encontro entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump, que também poderá estar na Malásia para o mesmo foro multilateral;
Diversificação de mercados e regionais estratégicos
A região do Sudeste Asiático, com mais de 680 milhões de habitantes e PIB agregado em torno de US$ 4 trilhões, representa uma oportunidade de ampliação das exportações e parcerias comerciais para o Brasil;
O Brasil já considera a ASEAN como seu quinto maior parceiro comercial;
Impulso para a indústria de valor agregado e tecnologia
A pauta prevista inclui setores de alta tecnologia — como semicondutores, ciência e inovação — que historicamente não foram eixos principais do Brasil para a Ásia. O avanço nessas áreas pode significar “upgrade” da economia brasileira;
Cooperação Sul-Sul e agenda global
A Malásia, como país-membro da ASEAN e parceiro relevante no mundo Islâmico-Sultão, torna-se um interlocutor importante para o Brasil reforçar sua presença no “Global South”. A visita também reflete a estratégia do Brasil de participar ativamente de fóruns multilaterais: COP30 (que o Brasil preside), BRICS, ONU;
Agronegócio & indústria halal
A cooperação com a Malásia no setor halal — produtos e certificações voltados ao mercado muçulmano global — e na agricultura pode abrir novos nichos de exportação para produtos brasileiros;
Elevação da influência diplomática
Participar de uma cúpula de líderes da ASEAN como convidado-de-honra consolida o papel do Brasil como ator global que transcende o hemisfério Americano. Isso contribui para a projeção internacional do país.
Desafios e pontos de atenção
Conseguir que os acordos e MoUs se traduzam em ações concretas, e não apenas em intenções, será fundamental para que o benefício seja real para o Brasil;
O Brasil precisará estar pronto para fazer follow-up rápido, mobilizar setor privado, ajustar regulações e ofertar contrapartidas para atrair investimentos asiáticos;
A competição no Sudeste Asiático é forte: muitos países disputam atenção de investidores. O Brasil precisará destacar seus diferenciais;
Questões globais, como tarifas, tensões comerciais, e alinhamentos internacionais (ex: entre EUA, China, ASEAN) podem influenciar os resultados. Por exemplo, a possível reunião com Trump indica que o Brasil também está ajustando relações com potências externas.
A visita de Lula à Malásia representa um marco diplomático e estratégico para o Brasil. Se bem aproveitada, pode abrir portas comerciais, reforçar a inserção internacional do país e diversificar seus parceiros no âmbito global. Ao mesmo tempo, exige esforço para transformar intenções em resultados concretos.
Fontes: Agência Brasil – Business Today