Januário Carneiro inventou a rádio Itatiaia e a tornou uma das melhores emissoras brasileiras
Ele teve passagem pelo Diário de Minas e ao longo do tempo foi grande empreendedor. Começou a se revelar aos 15 anos de idade. Em 1951, criou em Nova Lima o embrião da Itatiaia.
Direto da Redação
25-11-2022
06h:21
Januário Carneiro, diretor-presidente da rádio Itatiaia, era conhecido como radialista, mas ele teve passagem pelo Diário de Minas. Empreendedor, sofreu enfarto no dia oito de maio de 1994.
O importante é que teve a oportunidade de viver uma época produtiva do Jornalismo e foi o inventor de uma rádio que ainda hoje aí está com força e grande audiência.
Ele nasceu em Patrocínio do Muriaé, na Zona da Mata Mineira. Em 1928, cedo, aos 15 anos de idade, já escrevia para o “Esporte Ilustrado”, do Rio de Janeiro. Em 1951, criou uma estação de rádio em Nova Lima.
No Diário de Minas, ele foi contemporâneo de Júnia Marise, que adiante foi vice-governadora de Minas, na época do governador Newton Cardoso, e mais tarde senadora da República, foi ela quem anunciou no Senador Federal a morte de Januário Carneiro.
O empreendedorismo dele era nato e logo, em 1952, veio para Belo Horizonte com a rádio denominada Itatiaia. O interessante é saber que tudo começou assim, com uma pequena estação de 100 watts, para se tornar essa potência de rádio dos nossos dias.
Em 1955, a Itatiaia já tinha 500 watts e alcançou a potência de 50 quilowatts, o que lhe proporcionou alcance extraordinário no cenário nacional como uma das melhores rádios brasileiras, comprometida com o Jornalismo, Esporte, mais a prestação de serviços de utilidade pública da melhor qualidade.
Quem viveu a chamada era do rádio em Belo Horizonte sabe que quando a televisão surgiu, os rumores eram de que a TV ia acabar com a audiência radiofônica. Os anos puderam comprovar que a TV não acabou com o rádio, que muito mais do que o jornal impresso, soube se reinventar e continua se adaptando aos novos tempos.
É possível que em cada casa ainda nos dias de hoje tenha um ou mais aparelhos de rádio, cuja apresentação, acompanhada de imagem, se mistura com a TV e assim deverá se eternizar.
Sobre Januário Carneiro, o jornalista e escritor Roberto Drummond dizia dele, numa crônica: “Ele bebia rádio (esse era seu vício). Ele tomava rádio no café da manhã. Ele almoçava rádio. Ele jantava rádio. Ele dormia rádio. Ele sonhava rádio (e mais do que sonhar, realizava seus sonhos)”.
E mais disse Roberto Drummond sobre Januário; “Foi, não apenas, um jornalista e um radialista de raro talento. Foi muito mais que um vencedor. Antes de tudo, como um guerrilheiro do ar, ele abriu caminhos, abriu clareiras. Como se fosse um partido político. Como se fosse uma seita religiosa. Como se fosse uma igreja. Como se fosse um militante do Amanhã Futebol Clube. Foi assim que Januário contribuiu para a modernidade de Minas e, em particular, de Belo Horizonte”.
Tão empreendedor como era, no ano de 1966, ele transmitiu a Copa do Mundo da Inglaterra, numa iniciativa ousada, sob a batuta de Oswaldo Faria e Jota Júnior.