Ele voa baixo e pesado. Não podia ser diferente, porque é grande e de asas enormes. Fica mais bonito ainda quando alça voo, porque o pavão se mostra por inteiro de asas abertas, parece um avião
09-01-2025 às 09h33
Bento Batista*
Acredito, muita gente nunca viu um pavão voar.
Ele no chão, andando daquele jeito característico, devagar, todo garboso, é lindo. Todo pavão sabe da sua beleza. Isso gerou até uma expressão para exprimir a vaidade de alguém: “É igual a um pavão”.
Como diz o cantor e compositor Ednardo Souza, de nome José Ednardo Soares Costa Souza, cearense de Fortaleza, na letra da música intitulada “Pavão Misterioso/ Pássaro formoso/ Tudo é mistério/ Nesse teu voar”
Ele voa baixo e pesado. Não podia ser diferente, porque é grande e de asas enormes. Fica mais bonito ainda quando alça voo, porque o pavão se mostra por inteiro de asas abertas, parecido com um avião de pequeno porte.
Já vi um pavão voar uma vez, em um sítio lá do município de Grão Mogol, no Norte de Minas, 153 quilômetros de Montes Claros. Realmente, é uma ave misteriosa e não é d’agora, mas de muito tempo.
O professor Renato Souza postou o detalhe de um pavão em mosaico do piso de uma vila romana de Dionísio, exposto no Museu Romsch-Germanischers, de Colônia, Alemanha, e a postagem me levou a recordar do voo de um ao vivo e em cores.
Pavão é originário da Ásia. No Oriente, na Índia e em outros lugares da região, a bela ave é considerada mística. A cauda em roda significaria o movimento cósmico. As suas lindas penas caem no inverno e ele ganha outras novinhas em folha.
Daí o pavão ser considerado também símbolo de “renovação, imortalidade e renascimento”.
Em Roma antiga, nas casas dos mais ricos, os convidados eram recebidos com tapete, no estilo do da foto, em mosaico.
A cauda dele chega a medir dois metros de comprimento, com cerca de 200 penas. O espetáculo é quando ela se abre como se fosse um leque, e ele vai exibindo a belezura dela.
Em cada fileira de penas há um olho pequeno, redondo, colorido, cintilante o que dá uma conotação de beleza exótica às suas plumas.
Em verdade, a ave se parece com uma peça de arte, e é justamente isso que aguça a cobiça dos humanos que acabam por faturar reais ou dólares arrancando as penas para enfeitar fantasias e decoração.
O pavão indiano macho tem pescoço azul, com penas longas na cauda. A fêmea, o pescoço dela é de tonalidade verde, com resto das penas de cor cinza. Há também o pavão verde. O macho tem cauda “bem longa”. A fêmea é igual ao macho. A única diferença é a cauda bem menor.
No acasalamento, o pavão realiza ritual ao se agitar frente a fêmea para atrair a atenção dela. São movimentos de abrir a cauda em leque e soltar gritos como sinal de suas intenções à fêmea.
Depois disso, a pavoa põe entre 4 e 8 ovos. Vinte e oito dias depois vêm os “pavãozinhos” e as “pavoazinhas”.
*Jornalista