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INEFICÁCIA

A coluna é lançada nesta edição e sairá uma vez por semana. O leitor do DM terá a satisfação de ler as notas do autor, bem informado, dono de uma rede de informantes

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09-02-2024 às 7h:45

Umberto Massari*

 Existem alguns fatores que, desde a posse de Lula, vêm incomodando o governo e seus aliados: a comunicação ineficiente com a sociedade, os atrasos e inocuidades na resposta aos ataques de adversários e o combate incipiente a informações falsas, comumente chamadas de fake news.

O responsável pela Secom -Secretaria de Comunicação Social da Presidência –, que tem status de ministério, é o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

A Secom, entre outras funções, é responsável por formular e implementar a política de comunicação e de divulgação das ações e dos programas do governo federal, além de cuidar do relacionamento com a imprensa.

É uma espécie de centro nervoso do governo e requer estratégias de ação tanto delicadas quanto essenciais.

No currículo de Pimenta consta que é graduado em Comunicação Social e Jornalismo pela Universidade de Santa Maria-RS. Também frequentou o curso de Agronomia, mas não completou.

Já na vida política, Paulo Pimenta tem um currículo invejável como vereador e deputado.

O ministro, porém, é jornalista de raríssimas linhas. Jamais trabalhou como profissional de imprensa na mídia e nem sequer ocupou uma assessoria de comunicação, tanto na vida privada, quanto na pública. Com um currículo desses, realmente fica difícil.

JOGO EMPATADO

O presidente Lula marcou um golaço ao nomear o Doutor em Ciência Política e professor da Escola de Inteligência da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), Marco Aurélio Cepik, como diretor-adjunto da instituição. Ele é o segundo homem na hierarquia desse imprescindível órgão de Inteligência.

Muito bem, 1 x 0 para Lula. No entanto, Lula decidiu não mexer na Diretoria-Geral da ABIN, cujo comando continua com o delegado de Polícia Federal aposentado Luiz Fernando Corrêa. Assim, cedeu o empate.

Já é tempo de os governantes dedicarem maior atenção e importância às funções da ABIN, cujo papel é fazer a defesa do Estado por intermédio da coleta e análise de informações de cunho estratégico, abrangendo assuntos internos e externos, projetando cenários atuais e futuros, os quais digam respeito à soberania e ao desenvolvimento geopolítico do País. Não é com delegados de polícia que se há de conseguir tudo isto.

 CARTA NA MANGA

Em recente evento em São Paulo, onde foi tratar da construção do túnel que vai ligar Santos à capital, e que contará também com recursos federais, o presidente Lula arrancou gargalhadas e apertos de mão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

- Nós disputamos com o Tarcísio e perdemos as eleições. Não dá para querer dar um golpe em São Paulo. É voltar para casa, se preparar, e disputar outra vez - disse o presidente.

E, depois de parabenizar Tarcísio de Freitas e lembrar que o atual governador de São Paulo já ocupou cargos importantes em administrações petistas, arrematou:

- Não tenho que lamentar. Eu tenho que me preparar para derrotar você nas próximas eleições. Pela ótica do bolsonarismo, a reunião transcorreu num clima, digamos, excessivamente cordial, não precisava tanto. Pelo andar da carruagem, Lula deve ter alguma carta na manga.

 CHEIRO DE FRAUDE

A Superintendência do INSS em Belo Horizonte – quiçá a Polícia Federal - precisa agir energicamente contra uma tal de Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (AMBEC). Um cidadão teve descontos de R$ 45,00 em seus proventos de aposentadoria, sem nunca haver solicitado tal desconto e sem jamais haver se beneficiado de algum tipo de serviço que tal entidade oferece.

Na verdade, ele nem sequer conhece a AMBEC e com ela nunca teve qualquer contato. Foi ao Procon, fez uma reclamação formal (nº 294562/2023), mas não deu em nada.

A tal associação, inquirida por advogado do Procon sobre o desconto indesejado, afirmou que iria ressarcir a – podemos chamar assim – vítima, mas isso não aconteceu. O cidadão lesado em seu direito, procurou a Superintendência do INSS em BH.

Dela recebeu uma carta resposta alentadora, datada de 16/11/2023, provavelmente de autoria da Seção de Análise de Manutenção de Benefícios, informando que o requerimento para excluir dos proventos o desconto para a AMBEC “foi realizado com sucesso”.

A carta é assinada pelo Instituto Nacional do Seguro Social, o que, por si só, é estranho. Não há um nome, não há funcionário encarregado da reclamação. Mas menciona o protocolo nº 1163749444.

Há de se convir que um desconto no pagamento de um aposentado deve ser feito por autorização por escrito, do próprio interessado, o que, no caso, não aconteceu.

A conclusão é óbvia: alguém de dentro do INSS inseriu esse desconto no pagamento do benefício. Daí o cheiro de fraude no ar.

 CORREU DEMAIS

Piadinha de um cruzeirense na fila do banco na última segunda-feira:

- Sabe o João Pedro? Aquele que fez o segundo gol do Cruzeiro contra o Atlético ontem? Pois é. Foi multado por excesso de velocidade em campo.

 VERGONHA E CRIME

 Juntaram-se o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Os três gravaram um vídeo em que, a pretexto de dar liberdade aos pais para escolher o que é melhor para os filhos, fizeram uma declaração covarde, vergonhosa e criminosa contra as vacinas e contra a obrigatoriedade de imunização para matrícula de crianças nas redes escolares.

Covarde porque não tiveram a coragem de dizer claramente que vacina não vale nada e que as pessoas não devem se vacinar.

Vergonhosa porque, em se tratando de autoridades aos quais o povo depositou sua confiança, agem de modo vergonhoso; e criminoso porque o Código Penal, em seu artigo nº 268, tipifica como crime o comportamento dos três, prevendo pena de um a doze meses de prisão e multa.

Não, não são os três patetas, como se possa imaginar. Nas redes sociais, pela ordem, os três são conhecidos como “Zemané”, “Cleitinho Elétrico” e “Chupetinha”.

Na verdade, são representantes, no Brasil, da EXDIFI (Extrema Direita Fascista Internacional) e dela recebem ordens e orientações. Ser radicalmente contra as vacinas é uma delas.

* Umberto Massari é jornalista

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