Amazônia e bioeconomia - créditos: divulgação
11-12-2025 às 13h06
Direto da Redação
A 2ª edição presencial da Conferência Diálogos Amazônicos reuniu, na sede da FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo, representantes da indústria, academia, lideranças indígenas, pesquisadores e organizações da sociedade civil para discutir os caminhos da Amazônia no pós-COP30. Com apoio institucional do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), o encontro reforçou a urgência de uma agenda de desenvolvimento socioeconômico sustentável baseada em bioeconomia, inovação e fortalecimento das cadeias produtivas regionais.
Participando como painelista no encontro, a coordenadora da Comissão de Logística do CIEAM, Régia Moreira Leite, destacou a relevância do debate e seu papel para reposicionar a Amazônia como protagonista da transição ecológica.
“O Diálogos Amazônicos trouxe reflexões fundamentais sobre o que aprendemos na COP30 e sobre como transformar esses compromissos em impacto real no território. A Amazônia não pode ser vista apenas como cenário, ela é agente da mudança. É daqui que podem surgir as soluções capazes de alinhar prosperidade econômica e floresta em pé”, afirmou Régia.
Ficou evidente nas discussões o enorme potencial da bioeconomia amazônica, um setor que pode gerar R$ 38,5 bilhões por ano e 947 mil empregos até 2050. Com base nesses dados, Régia destacou que o PIM precisa estar no centro das novas políticas industriais e da estratégia de bioindustrialização.
“Existe hoje um ambiente favorável para a transição rumo a uma matriz produtiva mais inovadora, integrada à ciência, à tecnologia, aos saberes tradicionais e ao valor socioambiental. Esse avanço passa pelo fortalecimento das cadeias sustentáveis, pela expansão da pesquisa aplicada e pela criação de instrumentos que impulsionem novos negócios baseados nos ativos da floresta. A indústria, nesse contexto, está preparada para assumir a liderança”, afirma a executiva.
Um dos momentos mais marcantes do evento foi o painel conduzido pela liderança indígena Vanda Witoto, que reforçou a centralidade dos territórios e dos saberes tradicionais para qualquer proposta de transição ecológica.
“Vanda nos lembra que não existe futuro sustentável sem respeito aos povos da floresta. A transição ecológica precisa ser plural, inclusiva e guiada pelos conhecimentos ancestrais. É esse diálogo entre ciência, tradição, setor produtivo e sociedade, que vai gerar soluções duradouras”, pontua.
Indústria como motor de desenvolvimento sustentável
Ao longo do dia, especialistas reforçaram que a Amazônia real empreendedora, tecnológica e produtiva já demonstra que é possível gerar riqueza, inovação e conservação simultaneamente. Dados apresentados no evento mostram que a (ZFM) Zona Franca de Manaus preserva 97% da floresta, está presente em 98% dos lares brasileiros e deve alcançar R$ 220 bilhões em faturamento em 2025.
Representantes do setor industrial destacaram projetos de bioplásticos com fibras amazônicas, iniciativas de inovação contínua na indústria de bens de consumo, expansão da eletromobilidade e investimentos logísticos que visam reduzir custos e ampliar competitividade, mesmo diante das fortes variações no nível dos rios.
Na área de financiamento, o BNDES detalhou novas linhas de crédito indexadas à TR e parcerias com MDIC e Sebrae voltadas ao fortalecimento de cadeias como a do açaí e do babaçu, ampliando oportunidades de industrialização no interior da Amazônia.
Uma agenda que avança
Concluindo sua participação, Régia destacou: “Saio do Diálogos Amazônicos com a certeza de que a Amazônia não é espectadora da transição ecológica, é protagonista. E que somente com cooperação entre indústria, ciência, povos indígenas e sociedade civil conseguiremos construir um modelo de desenvolvimento que respeite os territórios e gere prosperidade para quem vive aqui”, finaliza.
O evento reforça, assim, seu papel como um dos principais espaços de articulação para o fortalecimento de um futuro sustentável, inovador e economicamente inclusivo para a região.
Sobre o Diálogos Amazônicos
A série “Diálogos Amazônicos” tem o patrocínio do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Bic da Amazônia; Coimpa; Honda; Copag; Mondial; UCB da Amazônia; Visteon; Sinaees; Águas de Manaus; Super Terminais; Midea Carrier; Abraciclo; Simmmem; Impressora Amazonense; Fieam; Caloi; Tutiplast Indústria; Recorfama Indústria; GBR Componentes; Embalagem Placibras; Atem; Vinci; Bemol e Fundação Rede Amazônica.
Sobre o CIEAM
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM). Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz. Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). O estado do Amazonas tem 546 mil empregos, dos quais 130 mil são diretos do PIM e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Encerrou 2024 com um faturamento de R$ 204 bilhões.
Fonte: CIEAM
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