
Neste período de pouca umidade as florestas estão mais propensas aos incêndios - créditos: divulgação
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25-06-2025 ás 09h29
Direto da Redação*
No Pantanal, o fogo já devastou mais de 1 milhão de hectares apenas em 2025, segundo dados de monitoramento por satélite. A região, que abriga rica biodiversidade, enfrenta uma das piores secas das últimas décadas, tornando o cenário ainda mais propício à propagação de incêndios.
Além do impacto ambiental, os efeitos começam a ser sentidos em diversos setores. Agricultores relatam perdas em pastagens e rebanhos, ribeirinhos enfrentam dificuldade no acesso à água potável e moradores de cidades próximas registram aumento nos casos de problemas respiratórios, devido à fumaça persistente.
Na Amazônia, o avanço do fogo em áreas de floresta nativa e degradada é igualmente preocupante. Estados como Amazonas, Pará e Acre estão entre os mais afetados. Especialistas alertam que a degradação contínua do bioma compromete não apenas o equilíbrio climático nacional, mas também o ciclo das chuvas em todo o continente sul-americano.
Antecedentes e contexto
Desde 2023, o Brasil já vinha apresentando condições climáticas desfavoráveis, com redução significativa do volume de chuvas. O agravamento se deve a fatores como o aquecimento do Oceano Atlântico, que altera os padrões de umidade, e a perda acelerada de cobertura vegetal.
Segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os focos de calor neste ano já superam os registrados no mesmo período de 2020 — considerado um dos piores anos da década em termos de queimadas.
Em resposta à crise, o governo federal decretou situação de emergência ambiental em várias regiões afetadas, autorizando o apoio das Forças Armadas em operações de combate ao fogo. Equipes do IBAMA e do ICMBio também estão sendo deslocadas para reforçar as ações de contenção.
Organizações ambientais, como Greenpeace e WWF-Brasil, estão mobilizando recursos, voluntários e campanhas para apoiar comunidades vulneráveis, fornecer equipamentos a brigadistas e monitorar áreas de risco.
O cenário atual evidencia a urgência de ações integradas de prevenção e resposta rápida. Especialistas apontam que, além de medidas emergenciais, o país precisa fortalecer políticas públicas voltadas à proteção ambiental, redução do desmatamento e adaptação às mudanças climáticas. Sem isso, eventos como os atuais podem se tornar cada vez mais recorrentes e devastadores.