
Bate boca de ministro e deputados da oposição na Câmara Federal - Divulgação
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12-06-2025 às 14h14
Direto da Redação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu nesta quinta-feira (12) às críticas dos setores do agronegócio e da construção civil em relação à nova taxação de 5% de Imposto de Renda sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA). Segundo ele, a medida não acarretará aumento nos preços dos alimentos ou dos imóveis.
“Absolutamente não haverá aumento de preços. Existem outras formas de canalizar esses recursos, que, aliás, não estão chegando aos produtores. Mais da metade do subsídio fica no meio do caminho, com o detentor do título ou com intermediários”, afirmou Haddad a jornalistas em frente ao Ministério da Fazenda.
O ministro também destacou que parte desses títulos nem é direcionada ao setor agrícola ou à construção civil. “O que realmente afeta o mercado é a taxa Selic, e precisamos criar condições para que ela comece a cair”, completou.
A taxação foi oficializada por meio de uma medida provisória publicada na quarta-feira (11), como parte de um novo pacote tributário que substitui o aumento do IOF, anunciado em maio. Agora, os títulos que antes eram isentos passarão a recolher 5% de imposto no momento do resgate.
Haddad justificou a medida ressaltando o custo elevado da isenção. “Hoje há R$ 1,7 trilhão em títulos isentos, representando uma renúncia fiscal de R$ 41 bilhões por ano. Com a taxa de juros atual, o país não pode se dar ao luxo de abrir mão integralmente da tributação que todos pagam ao investir no Tesouro”, disse.
Apesar da preocupação do setor produtivo com o possível encarecimento do crédito rural e imobiliário, Haddad minimizou os riscos. Segundo ele, há alternativas mais eficientes e menos onerosas para a sociedade.
“Temos outros instrumentos que custam menos. É possível apoiar os empreendedores de forma mais justa e eficiente. A isenção atual é uma distorção. Precisamos incentivar de forma equilibrada, sem gerar desequilíbrios”, concluiu.
No momento reservado para as intervenções e questionamentos pelos deputados, o deputado Nicolas Ferreira fez diversas críticas a ele e seu governo, levando o ministro Haddad a responder que, toda encenação do deputado não passava de “molecagem”. Em seguida o ambiente ficou ainda mais tenso, fazendo com que o ministro se retirasse do recinto.
Fonte: Câmara dos Deputados