Há um clamor no Vale do Jequitinhonha para a criação de uma fábrica de baterias de lítio
Ao invés de exportar o lítio beneficiado para a fabricação de baterias no exterior, melhor seria o governo de Minas criar uma fábrica para fazer tudo aqui e não só exportar a matéria-prima.
Direto da Redação
09-12-2022
07h:39
Bento Batista*
O mineral lítio encontrado nos municípios de Itinga e Araçuaí tem potencial para alavancar o Vale do Jequitinhonha, região mineira rica de recursos naturais, mas carente de recursos governamentais. Agora, com a exploração do lítio pela Sigma Mineração, empresa de capital canadense, é possível que o Vale de tantas histórias e arte de artesanato seja reconhecido e o seu povo beneficiado.
Apesar de que o leitor Paulo Barbosa não acredita tanto e em comentário sobre a exploração do lítio disse que “a política mineral do País é subserviente e pratica as mesmas condições da época colonial como vemos nesta frase do artigo “o material produzido pela companhia será praticamente todo exportado".
E ele faz uma indagação: “Onde estão os políticos para defender os interesses de Minas?” E termina o comentário com uma frase atribuída ao presidente Artur Bernardes: “Minério não dá duas safras”.
O leitor Christiano Sunderhus Filho também teceu o seu comentário lembrando a magnitude da economia de Minas e achando “compreensível que se façam pressão junto aos políticos mineiros, afinal de contas, o período colonial ficou para trás, mas os políticos mineiros ainda não têm visão de futuro”.
Ele disse ser capixaba, mas morou 12 anos em Medina, no Vale do Jequitinhonha, e sabe bem, pois se Minas melhorar “o Brasil inteiro ganha, Minas é uma das principais províncias minerais de todo o planeta!”, ele disse.
“Por que não investir em uma fábrica de baterias aqui”? Esta pergunta quem fez foi o terceiro leitor, Edison Dal Santo, e merece reflexão.
Se Itinga e Araçuaí detêm o minério fundamental para a produção de baterias. Por que os políticos e o governador Romeu Zema, reeleito, não se movem no sentido de criar uma fábrica de baterias, a fim de usufruir do que o lítio pode proporcionar ao bem-estar da população, ao entregar pronto o bem e não só exportar matéria-prima?”
O jornalista Luiz Tito, do jornal “O Tempo”, informa que, embora não tenha minas de lítio e de qualidade no país, a primeira indústria de baterias compostas do mineral está sendo instalada, sabem onde?
Na Argentina, e com o importante apoio da Universidade de La Plata e da estatal petrolífera YPF. O lítio beneficiado na Argentina virá do Chile e do México.
O articulista chama atenção, entretanto, para o que classificou de “espantoso”, o fato de a Codemig ter passado a sua participação para a Companhia Brasileira de Lítio, “sócia no empreendimento e nunca revelou as condições da negociação dos 33% que detinha na companhia, senão que a alienação fora realizada por R$ 202 milhões, tendo como base uma avaliação feita pelo BDMG”.
O jornalista afirma que não houve um deputado da Assembleia Legislativa (AL) interessado em conhecer os pormenores da negociação.
Enquanto isso, a Sigma Mineração, já teria investido cerca de R$ 650 milhões do total de R$ 1,2 bilhão previsto para a primeira fase. Ana Cristina Cabral-Gardner, Co-CEO garante dispor de tecnologia capaz de oferecer “uma mineração mais sustentável e socialmente inclusiva”.
Minas Gerais, como o próprio nome do Estado diz, tem minerais às montanhas, o problema constatado desde sempre, é a maneira predatória como são exploradas. Companhia estrangeiras e brasileiras costumam deixar os buracos e ainda levam as nossas riquezas para o exterior.
As populações de Itinga e |Araçuaí devem ficar atentas e pressionar os políticos e o governador mineiro para a necessidade de criar aqui, em Minas, no Vale de Jequitinhonha uma fábrica para beneficiar o lítio e fabricar as baterias, a fim de entregar tudo prontinho, se for o caso, para o homem mais rico do mundo, Elon Musk, o principal interessado no nosso lítio que, nas baterias, move os seus veículos Tesla.