Governo federal e parlamentares petistas reagem à fala do governador Zema
Romeu Zema disse no contexto de uma entrevista a uma rádio gaúcha, que o governo federal fez “vista grossa” em relação aos atos do dia 8 de janeiro, para se fazer de vítima.
Direto da Redação
19-01-2023
07h:48
Em declaração dada no contexto de uma entrevista à uma rádio gaúcha, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), acabou por chamar para si uma série de reações da parte do governo federal, na pessoa do ministro da Justiça, Flávio Dino, e de políticos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Zema disse, em relação aos acontecimentos do dia 8 de janeiro, no Distrito Federal, contra os prédios dos Três Poderes, que o governo federal “fez vista grossa” para que tudo acontecesse e sair-se do episódio como vítima.
Para o ministro da Justiça, “fica feio se colocar como um sub-Bolsonaro”, e reagiu mais, chamando o governador mineiro de “candidato” e a fala dele de “deplorável” insinuando que o governador afaga terroristas.
“Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele... É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele... Primeiro porque Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, é a terra da democracia... Então não é possível que um governador de modo vil se alinhe à extrema direita para proteger terrorista”, disse o ministro.
Dino achou que teria sido mais decente o governador ter feito o uso da palavra durante a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os governadores.
O momento é grave e o ministro sugere ponderação. “Imagine se alguém tivesse dito no dia seguinte à tragédia de Brumadinho que ele (Zema) sabia e deixou acontecer para poder ganhar dinheiro? Como ele se sentiria”?
O deputado Federal, Reginaldo Lopes teria entrado com ação contra o governador mineiro no Tribunal de Justiça, assinada também pelo líder do partido Zeca Dirceu pedindo esclarecimento no prazo de 48 horas.
Os parlamentares cobram do governador esclarecimento “sem dubiedade, de forma transparente e cristalina, as acusações formuladas, na forma “quesitada”, por se tratar de medida urgente, necessária para salvaguardar direitos”.
Caso o governador não esclareça dentro do prazo, é possível que a situação se complique mais um pouco, podendo entrar na seara criminal.
DEPOIS DO RECESSO
O vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, recebeu o pedido dos deputados Reginaldo Lopes e Zeca Dirceu e disse ter determinado que o processo será avaliado depois do dia 31, quando termina o recesso da Justiça