
Benjamim Guimarães, descendo lentamente, tocou as águas do Rio São Francisco. CRÉDITOS: Divulgação
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06-05-2025 às 10h05
Direto da Redação*
Aplausos, choros e gritos da plateia que se fazia presente na orla do Rio São Francisco, em Pirapora, Norte de Minas quando ouviu o famoso e nostálgico apito do histórico vapor Benjamim Guimarães, símbolo da Marinha Brasileira, logo ao bater do sino. Sino que não era ouvido há muito tempo pelos barranqueiros, assim como os seus filhos emocionados criados ouvindo seus apitos e vendo os vapores misturarem com a paisagem desse belo Rio São Francisco.
Assim, o montes-clarino Nilton Antunes Figueira descreveu a cena do novo vapor Benjamim Guimarães, novo porque foi reformado com verba a fundo perdido, da Eletrobras, no valor de mais de cinco milhões de reais e ficou novinho. Nilton está radicado em Pirapora, onde mantém excepcional Cutelaria Figueira.
Ele acompanha a história da famosa embarcação desde que em Pirapora chegou, em maio de 1986. “De lá pra cá, tenho tido o privilégio de acompanhar registrando em fotos e vídeos todas as fases “vividas” pelo vapor Benjamim Guimarães”, diz Nilton Antunes.
Nos momentos de folga, ele vai à orla do rio fotografar a fauna e, às vezes, pescadores lançando suas tarrafas e fazendo comentários sobre a fartura dos velhos tempos e escassez atuais, com semblantes de emoção quase às lágrimas. Ele próprio, homem experiente, policial civil aposentado servidor da Polícia Técnica, se emociona com os relatos.
Nilton contou à reportagem do Diário de Minas, que a expectativa dos moradores de Pirapora e da mídia digital permeavam os comentários do dia a dia, recheados das dúvidas de que, desta vez a reforma iria se concretizar.
Ele se levantou da cama 5h do dia 4 para assistir e registrar esse momento histórico. Assim que chegou à orla já havia pessoas na expectativa do lançamento do Benjamim Guimarães nas águas do “Velho Chico”.
Estavam posicionados os guardas municipais que ajudariam na segurança do evento. “Posicionei-me à frente da embarcação, mas fui solicitado, por questões de segurança, a ficar fora do perímetro delimitado pela equipe de engenharia e Marinha que também se faziam presentes.
O argumento era a possibilidade de os cabos de aço que sustentavam a descida do vapor quebrarem e atingir quem estivesse nas proximidades. “Fui então para o barranco atrás da embarcação, uma vez que ali não havia nenhuma restrição. Mas pouco depois, a equipe de engenharia e da Marinha determinou que a Guarda Municipal solicitasse nossa retirada daquele local”.
Ele ficou então junto aos demais espectadores sem o ângulo necessário para fazer fotos com mais detalhes. Entretanto, tudo foi superado quando o Benjamim Guimarães, descendo lentamente, com profissionalismo e segurança, tocou as águas do Rio São Francisco.
Naquele momento, como Nilton testemunhou, “um show pirotécnico evocou aplausos de todos, assim como os apitos e choros da plateia, que, aos gritos demonstrava o quanto significa esse patrimônio histórico para o povo ribeirinho, pela memória afetiva instalada no cerne das emoções de todos. Foi difícil conter as emoções e cumprir a prática desse gostoso exercício de fotografia”.