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27-09-2025 às 10h38
Diretos da Redação*
A análise dos subíndices revela que a queda no índice geral foi impulsionada, principalmente, pela redução na avaliação do Nível de Consumo Atual e o Momento para Duráveis. O subíndice de Nível de Consumo Atual apresentou a maior queda, recuando 7,7 pontos e fixando-se em 68,7 pontos. A maioria dos entrevistados (53,7%) afirmou que a família está comprando menos em comparação com o ano passado. Outro fator de peso foi o subíndice de Momento para Duráveis, que caiu para 48,8 pontos (uma redução de 5,0 pontos em relação ao mês anterior), com 75,2% dos entrevistados avaliando que o momento é mau para a compra desses bens.
O Acesso ao Crédito (Compra a Prazo) também revela dificuldades, com 40,9% dos consumidores acreditando que está mais difícil conseguir empréstimo ou crédito para compras a prazo, em comparação ao ano passado. O índice geral ficou em 88,5 pontos. A economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, afirma: “Os dados do ICF de setembro mostram um consumidor mais cauteloso [baseado em 378, 404]. A percepção de que é um mau momento para a compra de bens duráveis e a dificuldade de acesso ao crédito estão diretamente ligadas a essa retração no consumo imediato. A preocupação com a renda e o emprego, mesmo que ainda em patamares próximos à estabilidade, influencia essa decisão de adiar gastos maiores.”
Renda e Emprego
Os índices de Emprego Atual e Renda Atual também sofreram leves quedas, mas mantiveram-se em patamares próximos à satisfação (100 pontos). O Índice de Emprego Atual ficou em 99,6 pontos e o Índice de Renda Atual em 98,7 pontos. Emprego Atual: 29,0% das famílias sentem-se mais seguras no emprego em relação ao ano passado. Renda Atual: Para 27,2% dos entrevistados, a renda da família está melhor em comparação com o mesmo período de 2024.
A Perspectiva Profissional também registrou queda, ficando em 93,1 pontos. No entanto, 43,2% dos entrevistados ainda acreditam em alguma melhora profissional nos próximos seis meses.
Perspectiva de Consumo
Em contraste com os índices de consumo e duráveis, a Perspectiva de Consumo futura se manteve otimista, com o índice geral em 115,9 pontos, um crescimento de 0,7 pontos em relação a agosto de 2025 e 11,4 pontos acima do observado no mesmo período de 2024. Cerca de 42,3% dos entrevistados avaliam que, nos próximos meses, irão consumir mais do que no segundo semestre do ano passado. “Observamos um paradoxo interessante: a situação atual de consumo está pior, mas a expectativa para o futuro permanece positiva. O crescimento do subíndice de Perspectiva de Consumo, que está acima de 100 pontos e é o maior em mais de um ano, sinaliza que o consumidor de Belo Horizonte tem esperança na melhoria da economia e da sua situação financeira nos próximos meses. Essa esperança é a força motriz que pode impulsionar a retomada do comércio”, comenta a economista.
Segmentação por Renda
A análise por faixa de renda reforça a disparidade na avaliação: Renda Acima de 10 Salários-Mínimos: As famílias desta faixa estão significativamente mais otimistas em todos os subíndices, especialmente na Perspectiva Profissional e Renda Atual. 61,5% acreditam em melhora profissional. Renda de Até 10 Salários-Mínimos: As famílias desta faixa apresentam maior insatisfação, com índices gerais abaixo de 100. Para 53,3% dessas famílias, não haverá melhora profissional nos próximos seis meses. “É fundamental notar a diferença entre as faixas de renda. As famílias de menor renda são as mais impactadas pelo cenário atual, com um alto percentual de quem acredita que o crédito está mais difícil e que está comprando menos”, aponta Gabriela Martins. “Para uma recuperação sólida e inclusiva, é crucial que as políticas econômicas foquem na melhoria do poder de compra e no acesso a condições de crédito mais favoráveis para essa parcela da população”, conclui a economista.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.
Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.