
Apesar da queda de confiança mercado mantém interesse em contratar - créditos: divulgação
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29-03-2025 às 08h18
Direto da redação
Conforme a pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio, analisada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em Belo Horizonte, o ICEC caiu 5,3 pontos em março chegando aos 94,8 pontos, abaixo do nível de confiança. Durante todo o ano de 2024 e nos dois primeiros meses de 2025, o ICEC registrou nível de confiança, situação que muda em março deste ano. Apesar da queda na confiança, a intenção de contratar abrange a maior parte dos empresários que seguem com a expectativa positiva, acima dos 100 pontos.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC).
A pesquisa de março, assim como em fevereiro, mostra que os dois grupos de empresários entrevistados na pesquisa, com até 50 empregados e acima desse número de colaboradores, divergem quanto ao nível de confiança. Aqueles acima de 50 empregados mantêm nível de confiança aos 104,7 pontos, enquanto o grupo com menos funcionários está abaixo, aos 94,6 pontos, abaixo do nível de confiança.
Entre os segmentos de bens, apenas o comércio de semiduráveis se mantém em nível de confiança aos 100,3 pontos em março. O comércio de não duráveis marcou 95,6 pontos e de duráveis, 90,9.
Condições atuais da economia, do comércio e das empresas
No mês de março, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) atingiu 68,0 pontos, 7,1 pontos inferior ao observado no mês anterior (75,1), com as empresas de maior porte registrando menor insatisfação do que aquelas com menos de 50 empregados.
Para 81,3% dos empresários, a condição da economia piorou, muito para 45,6% ou pouco para 35,7%, enquanto 15,6% afirmam que melhorou muito e 3,2% que melhorou pouco.
Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG, enfatiza que a confiança do empresário do comércio apresenta tendência de queda nos últimos meses. Observamos que a confiança dos empresários do comércio está reduzindo ao longo dos meses. As altas taxas de juros (atualmente, a SELIC está em 14,25% a.a) são um dos principais motivos que levam os empresários a reavaliarem seus investimentos. Acrescido a isso, a alta dos preços de produtos essenciais para a logística como os combustíveis, e a inflação dos alimentos, faz com que a população sinta o seu poder de compra reduzido, afetando o consumo e, consequentemente, gera um impacto negativo nas vendas o que, por sua vez, promove um nível de confiança menor”, explica Gonçalves, ressalvando que “a expectativa positiva dos empresários em relação às contratações e investimentos promove uma perspectiva de superação econômica, promovida pelo mercado de trabalho aquecido acrescido das datas comemorativas como a Páscoa e o Dia das Mães”, conclui a economista.
Conforme 70,6% dos empresários do comércio, houve piora, maior para 31,7% ou menor. para 38,9%, nas condições atuais para o setor. Em março, houve um aumento de 6,6 p. p. de empresários com percepção de piora nas condições atuais do comércio em comparação com fevereiro. As empresas que comercializam bens duráveis são as que mais perceberam piora.
Sobre as condições atuais da empresa, 56,0% afirmaram que houve piora maior (22,1%) ou menor (34%). A percepção de piora teve crescimento de 5,0 p. p. no mês. A percepção de que as condições da empresa melhoraram foi de 44% entre o empresariado, com percepção de que melhoraram muito para 31,4% e de que melhoraram pouco para 12,6%.
Expectativa para economia, o comércio e a empresa
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) fechou a 117,3 pontos em março, nível de confiança, mas inferior ao observado no mês anterior (121,7). Empresas de menor porte, com até de 50 empregados, mostraram-se menos otimistas do que as de maior porte. Comerciantes de todos os segmentos de bens mantêm expectativas em nível de confiança, acima dos 100 pontos.
Para 50,8% dos empresários, a expectativa é que a economia piore, muito (24,05) ou piore pouco (26,8%). Um percentual de 49,2% tem expectativa de melhorar, pouco (29,5%) ou muito (19,7%). A expectativa de melhora recuou 5,2 pontos percentuais em relação a fevereiro.
Os empresários estão menos confiantes na melhora do cenário para o comércio na comparação com o mês passado. No mês de março, 63,7% disseram acreditar nessa evolução, valor inferior ao observado em fevereiro (67,2%).
Na comparação com o mês passado, as expectativas dos empresários para suas empresas sofreram uma retração. Em março, 71,9% disseram acreditar que as vendas irão melhorar, apresentando retração de 2,9 p.p., na comparação com o mês anterior.
Contratações, nível de investimento e estoques atuais
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) recuou no mês de março aos 99,0 pontos, nível de insatisfação e abaixo do observado no mês anterior (103,5). Empresas com mais de 50 empregados registram nível de confiança quanto ao investimento com 107,6%, assim como o comércio de semiduráveis e não duráveis que também ficam acima dos 100 pontos.
Todos os portes de empresa e segmentos de comércio registram pontuação acima de 100, nível de confiança para expectativa de contratações. A expectativa é maior entre as empresas de maior porte com 126,8 pontos do que entre as menores, 114,1 pontos. No total, 62,9% dos empresários pretendem aumentar o quadro de funcionários, sendo que 51,2% deles pretendem contratar pouco.
O nível de investimentos está maior para 43,2% das empresas, valor inferior ao observado no mês anterior que era de 45,9%. As empresas com estoques em nível adequado somam 61,4%. Para 23,8% há excesso de produtos e para 14,8% faltam itens.