19-01-2024 às 08:18h.

Direto da Redação

Este senhor de 80 anos de idade, Anselmo, ao lado do diretor do Diário de Minas, Soelson Araújo, de semblante de quem tem muito menos idade – até parece que ele é conservado em formol – vive em Botumirim (MG), numa encosta chamada de Serra Bela Vista, título que condiz com a maravilha do lugar, um privilégio, a essa altura das 80 primaveras por ele vividas.

O diretor do DM se encontrou com esse senhor e ele disse que conhecia desde os tempos do “O Jornal de Montes Claros”, onde trabalhou e disse ter trabalhado também no Diário de Montes Claros e prestado serviços para o Diário de Minas impresso.

Numa época em que nem havia escola de comunicação em Minas Gerais, eu me formei no O Jornal de Montes Claros, que, na redação do Estado de Minas impresso, era chamado de “escola de Jornalismo”, cujo professor era Waldyr Senna Batista.

Nessa escola se formaram também os jornalistas Robson Costa, Carlos Lindenberg, Paulo Narciso, Waldemar Brandão, Flávio Pinto, Reginauro Silva, Robério Antunes, Elton Jackson, Benedito Said e outros mais.

Formei-me jornalista diretamente na redação do jornal de MOC, pelas mãos do meu irmão, Waldyr de Senna Batista, que, na época 1968, era diretor e lá cheguei e tive a minha primeira carteira de trabalho assinada, em 1969. Tinha 17 anos e aos 22 anos já estava na redação do EM.

Anselmo diz que me conhece desde o Jornal de Montes Claros, onde trabalhou, e depois, como linotipista do jornal Estado de Minas, nos encontramos na Rua Goiás 36, onde funcionou durante décadas o jornal, no Centro da Cidade.

Para mim, muito importante foi ele ter se lembrado de ter me conhecido, e, é claro, recordo-me da fisionomia dele, mas não tenho lembrança de quando ele trabalhava na oficina do EM, talvez porque pouco frequentei.

Mais importante ainda é saber que o senhor Anselmo, a essa altura já deve ter se aposentado, e escolheu esse belo lugar para passar os seus dias, porque tanto Botumirim como Grão Mogol, lá perto, são lugares de paisagens as mais deslumbrantes que há nas regiões do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas, devido à presença maciça da Cordilheira do Espinhaço.

Soelson não se fez de rogado e sacou foto do senhor Anselmo onde ele vive, região belíssima, próximo da Serra Bela Vista. O linotipista não disse, mas dá para imaginar, ali em meio à Natureza, o linotipista dos velhos tempos de jornal impresso, já deve estar surdo de tanto ouvir o cricrilar dos grilos e o gorjear dos passarinhos.

Ele conseguiu, pelo que pude compreender, a concretização de um sonho, sonho que eu também tenho de viver no interior, no campo, para ajudar a Natureza a alimentar os passarinhos e os quadrúpedes que por acaso encontrar no meu raio de ação em sintonia com a leis cósmicas.