Estamos a um passo da eternidade; a Terra sofrida é gente como a gente
Havia no livro um homem náufrago imobilizado na areia da praia por figuras humanas miúdas, menores do que o dedo mindinho. Parece a situação atual do planeta Terra tão maltratado.
Anes Otrebla*
14-09-2023 às 09:15h.
Neste mundão sem porteira, mas cheio de fronteiras, há gente analfabeta de toda ordem.
Analfabeto não é só aquele que não sabe ler nem escrever.
Um exemplo clássico é o do analfabeto político, este não procura se informar nem cobra nada dos políticos que elegeu.
Analfabeto há funcional, que, infelizmente, as nossas escolas públicas estão formando.
Outro é o analfabeto em matéria de informática. Particularmente me considero semialfabetizado.
E há também, dentre outros tipos, o analfabeto do abecedário da Mãe Natureza.
Nas minhas décadas como integrante dessa massa de 8 bilhões de almas habitantes deste belo planeta, nunca vi tantas catástrofes, aqui e no mundo.
O que ora acontece no Sul brasileiro carece de uma leitura dentro do referido abecedário.
Junte-se a isso o que ocorre no Oriente Médio, e, principalmente, a guerra fratricida provocada pela Rússia ao invadir a Ucrânia.
Então, para fazer uma reflexão do que acontece agora no mundo, devemos partir de um princípio, o planeta é um ser vivo.
Vamos comparar a Terra a um corpo humano e como ser vivo sente tudo e tem as suas necessidades como nós mesmos.
Imagina a quantidade de bombas que estão a explodir neste instante no “corpo humano” da Terra e cada uma delas abre uma cratera e faz o planeta sofrer, porque ele é gente também.
Some isso às buraqueiras que as mineradoras abrem aqui e no mundo, e para isso explodem dinamites diariamente.
E a Terra, como ser vivo, sente as dores e naturalmente reage a todo esse sofrimento.
Nenhum humano – só Jesus Cristo suportou isso e venceu – aguentaria sofrer tanto.
E para criar uma figura, plantada na memória desde quando criança, já na fase de alfabetização, retirada do livro “Viagens de Gulliver”, do escritor Jonathan Swift, nascido em Dublin, Irlanda, no ano de 1667, falecido em 1745. Havia no livro um desenho de um homem náufrago todo imobilizado na areia da praia, por figuras humanas miúdas, menores do que o dedo mindinho, e ele só podia olhar para cima. Sentia dores porque estava com o corpo cheio de flecha e preso com cordas sem nenhum poder de reação a não ser o de piscar.
É essa figura que tomo como exemplo do que é a Terra dos nossos tempos e o que acontece aqui e em toda parte é uma reação natural, de origem antrópica, principalmente.
Mas, aprofundada a reflexão se pode levá-la para o campo da espiritualidade, e fazer uma leitura mais acurada do abecedário natural.
Sem querer ser apocalíptico, mas sendo, tudo isso pode ser sinal da volta de Jesus porque Ele prometeu a fim de julgar os vivos e os mortos.
Resta a nós sabermos se estamos vivos-vivos ou vivos-mortos porque o que fazemos com o planeta é algo no mínimo revoltante e tudo que no momento acontece foi largamente prenunciado décadas atrás e nós continuamos pagando para vermos aonde vamos chegar.
Já estamos chegando, basta fazer a leitura, saber interpretar o abecedário da linguagem natural.
E com todo esse arsenal atômico espalhado pelas potências nucleares, não é exagero poder nos considerar a um passo da eternidade - mortos-mortos.
*Jornalista e escritor