
O Outono, em qualquer parte do mundo, traz certa dose de melancolia.
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20-03-2025 às 14h17
Vinício B. Ramos*
Então, é Outono. Olho pela janela e vejo a paisagem cinza lá fora. Pelo jeito, este Outono será fértil, chegou com chuva. Foi São José quem mandou essa chuva de Outono entrante. Ouvi o bulício dela na copa das árvores durante a madrugada.
Essa é uma estação pouco observada no Brasil, de modo geral. Aqui, há espécies de árvores caducifólias, que perdem as folhas. Mas, se adentramos a uma floresta, mesmo em período seco, observamos, muitas das árvores não perdem as folhas e se mantêm verdes.
Lá fora, na Europa, por exemplo, é diferente as árvores perdem as folhas. As estações são identificáveis, sendo o inverno mais comprido. Na Alemanha a maior parte do ano os alemães reclamam da falta de céu azul. De certo modo, uma situação dessa deprime. Lá as árvores perdem as folhas e a paisagem ganha aspecto de cemitério vegetal
O Outono, em qualquer parte do mundo, traz certa dose de melancolia. Não aquela melancolia doentia, mas produtiva, claro, dependendo de cada um. Leve no peito o sentimento do mundo. Seja mundissensor. Escute o pulsar da Humanidade.
A Natureza é exuberante, mas simples. E é na simplicidade onde mora toda a beleza natural a nos deixar embevecidos diante do nascer de mais um dia. O importante, entretanto, é o dia interior, porque se a gente não está bem por dentro, a beleza de fora não tocará a alma.
Bom é ter consciência do viver. Possuir olhos de enxergar com a alma, porque muitas vezes os nossos olhos nos impedem de ver a profundidade e a extensão da beleza encontrada ao nosso redor. A maioria de nós valoriza pouco a Natureza e ignora completamente a natureza humana.
* Vinício B. Ramos é jornalista