22-05-2023 – 08h:20

Rolando T. Guimarães*

É sempre conveniente a gente se recordar de que vivemos numa sociedade consumista em plenitude. O consumo exagerado é que faz rodar a roda.

E a roda rodando alimenta o “deus” dinheiro. À semelhança de um dragão de goela larga, ele se alimenta dele para assegurar o poder de cuspir fogo.

Repare, nós estamos vivendo numa sociedade em que tudo tem o seu tempo certo, como um relógio ativado o despertador. Deu a hora, pronto, a lâmpada queima, o motor dá o breque, a máquina para de funcionar e assim por diante.

Vivemos o período da “obsolescência programada”. Quando uma máquina para de funcionar, é chegada a hora de adquirir outra e assim vai.

Assim se vão enchendo as burras das multinacionais, os donos ficam lá, folgazões. Pagam os escravos modernos para a eles darem boa vida.

Mas nem sempre foi assim. Recordo-me bem do tempo quando ainda vestia calças curtas e assisti na Praça Doutor Carlos, em Montes Claros, algumas pessoas que chamávamos de mascates trocarem máquinas antigas de costura por máquinas novinhas em folha.

As máquinas antigas eles as quebravam sob as vistas de todos, como se não prestassem mais.

Mas, a obsolescência compulsiva começou mesmo foi a partir da lâmpada. Na ocasião, criou-se uma lâmpada que não queimava ou pelo menos demorava muito tempo para queimar.

“Desse jeito, a fábrica vai quebrar”, teria pensado o fabricante. E passou a fabricar lâmpadas que queimam logo e assim foi.

Hoje, justamente no dia de hoje, neste exato momento estamos vivendo a obsolescência humana.

A vida humana tornou-se banal.

Vejamos o que acontece entre a Rússia e a Ucrânica. Dá para entender o tamanho da estupidez dos dois lados? Quem acompanhou sabe que foi Putin quem iniciou tudo e agora, depois de todo o estrago feito em ambos os lados e em boa parte do mundo, os dois não sabem como parar com a guerra.

Quando se diz que há um universo paralelo, acho que ele existe mesmo e fica bem próximo de nós.

*Seguidor do DM, aposentado.