Na Suécia os alunos estão de volta aos livros físicos - créditos: divulgação
23-11-2025 às 14h28
Alberto Sena*
O exemplo do que acontece lá na Suécia, país do chamado primeiro mundo, onde a Educação chegou a 100% digital e agora está de volta ao ensino por meio dos livros físicos e com os alunos exercitando a munheca, escrevendo a mão em cadernos, como era antes.
Mas por que lá as escolas estão fazendo isso? A justificativa está no que segue abaixo: o desempenho das crianças em leitura caiu; especialistas criticam devido ao fato as crianças passarem muito tempo diante das telas, o que reflete na saúde delas; os pais têm mais dificuldades para ajudar na tarefa escolar do filho; o livro físico desenvolve a cognição dos alunos.
Apesar de todo o investimento feito e das consequências, a ministra da Educação, Edholm disse ter sido “uma grande experiência, mas houve uma postura acrítica do governo anterior de considerar a tecnologia necessariamente boa, independentemente do conteúdo”.
Essa é uma questão que os promotores da educação brasileira já devem ir logo observando, porque se a Suécia, que foi pioneira chegou a essa conclusão, do lado de cá é bom ir aprendendo com a experiência dos outros. E só de observar a gente percebe aqui entre os jovens os problemas causados por longos períodos diante do computador.
A gente ouve dizer que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem plano de tornar a Educação paulista 100% digital. Depois dessa atitude dos suecos convém ele e outros governadores que porventura estejam querendo adotar o mesmo esquema, precisam repensar o intento, porque aqui, os problemas já são notados também.
A importância do livro físico na mão e o exercício de escrever com lápis e caneta, melhora a cognição e estimula a atenção para aquilo que se está fazendo. Se ele não fizer, nada acontece, porque os jovens já estão acostumados a encontrar tudo na internet, e estão caindo na preguiça de pensar e se assim continuarem, lá adiante, quando deveriam estar utilizando do que apreendeu lá atrás, as cabeças estarão vazias e a sociedade ganhará uma porção de gente como zumbis.
É importante mirar no exemplo da Suécia porque o país tem a experiência desde 1990, quase meio século, e ao adotar o ensino 100% digital, percebeu as consequências e por isso pretende voltar como era antes do advento do comutador.
Claro que não há como prescindir do computador, da internet e das redes sociais nos dias de hoje. O importante é impor horário para tudo, porque o computador, vicia, sendo usado da forma como os jovens, principalmente, usam. O mesmo serve para o telefone celular.
O uso abusivo faz um mal que só o tempo pode comprovar as consequências, como acontece lá na Suécia, chamada também de Reino da Suécia. Faz parte da região da Escandinávia, onde faz fronteira com a Noruega e a Finlândia. Conta atualmente com mais de 10 milhões de habitantes, maioria dos quais vive nas áreas urbanas. Estocolmo, sua capital, é também a cidade mais populosa.
*Alberto Sena é jornalista e escritor

