E 2024 veio todo “siligristido”
Agora, 2024 chegou, novo, “siligristido”, com o embornal cheio de esperança e com as “gibeiras” cheias de sonhos.
06-01-2024 às 09>30h.
Tadeu Martins*
O Natal passou. O ano de 2023 abotoou o paletó, virou um chano na vastidão do universo. Tivemos um ano de governo do presidente Lula, um avanço democrático que nos tirou do marasmo em que vivíamos. Tínhamos um “despresidente” que desgovernou o Brasil, nos assustando a cada dia, com as loucuras que falou e fez. 2023 foi um ano razoável.
Agora, 2024 chegou, novo, “siligristido”, com o embornal cheio de esperança e com as “gibeiras” cheias de sonhos. Vamos botar sentido em 2024. Não vamos comer pança, fazendo negaças pra vida, e deixar o cavalo passar arreado. Vamos juntos pegar essa onda. Vamos pegar a estrada da vida com muito juízo, com “cartilogência” e sem calundú, vamos andar depressa, mas sem pocar os pés e sem relepar as pernas. Vamos pegar no batente, de “com força”, sem muita madorna, deixar as estripulias de lado, fugir das “ingrisias”, desprezar os malfazejos e “burriscar” as 365 folhas do caderno de 2024 com as cores da esperança e da solidariedade.
Nós do Jequitinhonha não somos de cartear marra ou rotar quibebe, pois sabemos que a vida não dá duas safras e que só produz cinco frutas boas: saúde, trabalho, amor, amizade e diversão. Então pronto, vamos deixar de bestagem e vamos pongar na cacunda de 2024 com muita disposição e dignidade, dando espaço pra companheirada, e só vamos apear em 2025, com os alforjes cheios das cinco frutas que a vida produz. E ainda haveremos de esparramar as sementes no mundo. Sem panavuê, sem truvejo e sem livuzia.
Sejam muito felizes em 2024!!!
Glossário Jequitinhonhês:
Abotoar o paletó – morrer
Virar um chano – correr, desaparecer
Siligristido – vaidoso, elegante, extrovertido
Botar sentido – analisar com atenção
Comer pança – perder a oportunidade
Cartilogência – classe, categoria
Calundú – choro, lamentação
Pocar – estourar
Relepar – arranhar
Ingrisia – confusão
Burriscar – escrever, rabiscar
Cartear marra, rotar quibebe – contar vantagem
Pongar na cacunda – pendurar nas costas, pegar carona
Panavuê – bate-boca
Truvejo – briga
Livuzia - reclamação
*Tadeu Martins é poeta, escritor e membro fundador da ALVA
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