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Duas palavras incomuns cheias de curiosidade

Duas palavras incomuns cheias de curiosidade

Uma está relacionada com a parte motora de carro e a outra põe motor de barco para funcionar. Quem garante isso são os mecânicos de carro e de barco

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23-11-2023 às 08:40h.

Rogério B. Guimarães*

Duas palavras que aguçam a curiosidade de quem as ouve pela primeira vez. Nestas linhas vou tratar de uma e depois da outra.

A primeira é “homocinética”, você sabe o que vem a ser isso?

A motorista não sabia e de repente o carro estacou numa subida.

Vem o mecânico e examina o carro e diz para ela que tinha de levar o carro no reboque.

O reboque veio e levou o carro, e mais tarde ele telefonou para dar o diagnóstico.

- “O problema foi na “homocinética”, disse.

E ela achou que o mecânico estava curtindo com a cara dela. Mas não, existe uma peça de carro batizada com esse nome.

Trata-se de um componente pouco conhecido, mas muito importante para o funcionamento do veículo. Essa peça é responsável por fazer a transmissão da força do motor chegar até as rodas de tração. Sem elas, as rodas perdem o movimento e o carro não sai do lugar.

“Homocinética liga o semieixo da transmissão ao cubo da roda. Com isso, a junta homocinética auxilia diretamente na transmissão de força do motor para as rodas de tração, fazendo com que elas girem da forma correta.

E a segunda palavra? É “catrapiçal”. Li essa palavra em um texto do colunista do Diário de Minas, Elson Martins, que envia os seus artigos lá do Acre. O pormenor mais importante é que ele nem ninguém sabia o que era a tal “catrapiçal”.

Conta ele que soube da existência da palavra quando, numa viagem de barco de Sucuriju e ao Oiapoque, pelo Atlântico. O piloto era Marcílio Dias, no barco estavam mulheres e crianças e, de repente, uma pane no motor. O barco fica à deriva.

Ele sugeriu a pauta e o editor acatou e acompanhado de um mecânico, foi ao local onde o barco subia e descia ao sabor das ondas. A tripulação e os passageiros estavam em estado de desespero. Depois de um longo tempo, o mecânico pôs o motor do barco para funcionar de novo e o barco pegou a rota novamente.

Ele passou a matéria por telefone e o editor quis saber qual foi a peça estragada que quase provocou uma tragédia. Então, Elson voltou ao mecânico chamado Hélio e com tempo de repórter quase esgotado perguntou o nome da peça estragada.

O mecânico respondeu: “catrapiçal”. Isso figurou até no título da matéria. No dia seguinte, Elson procurou o mecânico e perguntou o que era mesmo essa peça chamada “catrapiçal”, que a Redação do Estadão não conhecia.

O mecânico deu uma gargalhada – contou Elson – e disse: “Rapaz, essa eu inventei na hora”!

*Leitor assíduo dos artigos do Diário de Minas

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