Dia da Proclamação da República vem aí carregado de sentimento semelhante ao da volta de Lula ao poder
Na realidade do ano de 1889, a monarquia já estava com os dias contados, porque havia grande insatisfação popular, o que baseou o êxito do movimento que expulsou o regime monárquico do país.
Direto da Redação
04-11-2022
08h:30
Alberto Sena
Dentro de 11 dias é feriado de novo em todo território nacional. Os brasileiros celebrarão a Proclamação da República.
Quem vive antenado nos acontecimentos tem base para reflexão a partir do evento da Proclamação da República e pode até fazer um paralelo com o momento político vivido pelos brasileiros, depois de uma conturbada campanha para Presidência da República, em que o presidente Bolsonaro se sentia certo da vitória, pois usava de todos os meios e modos, os recursos mais vis, dentro e fora da máquina governamental para não perder a eleição.
E perdeu. De modo incontestável. Porque usou o nome de Deus em vão e, como mau ator, não conseguiu convencer com suas idas a igrejas, como se esse fosse um costume dele, e não era. Usou os evangélicos, mas caiu. Caiu porque usou o nome de Deus em vão, repito.
Depois de uma vitória democrática, a mais histórica da nossa história recente, em que as urnas eletrônicas foram campeãs, após sofrerem tantos balões de ensaio do presidente só para tumultuar, porque ele sempre soube serem seguras, eficientes e confiáveis. Foi por meio delas que ele acumulou quase 30 anos como deputado federal e foi eleito presidente em 2018.
Mas vamos dar um mergulhada no Brasil sob o regime monárquico quando, em 1889, ocasião do marcante evento da Proclamação da República, em que o Exército e republicamos civis encabeçados por Floriano Peixoto, incomodados com a situação política do país, colonizado por portugueses, optaram por buscar perspectivas novas, que já circularam pelo território brasileiro, a República.
Um sentimento semelhante ao que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva pela terceira vez presidente da República, rondava o ambiente naquele ano de 1889, daí o êxito das ações tanto naquela longínqua época, como agora, com a vitória de Lula.
Fez calar os arroubos do presidente, que, antes, muito antes e até a poucas horas do pleito, ele, que usou de todos os meios, inclusive o de ameaçar só para amedrontar os incautos, pondo em dúvida o que dúvida alguma tinha.
Não fossem as reações internas e internacionais dos que conhecem o perfil e os modos grotescos do presidente, ele estaria repetindo aqui o exemplo malfadado do ex-presidente Trump.
Saiu vitoriosa nesse episódio a democrática e a eleição tão bem conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Tudo funcionou com a maior lisura.
A mesma lisura que levou o movimento republicano a obter êxito até aos dias de hoje, de modo a se tornar até uma expressão para significar o perfil de quem trabalha de modo escorreito. A República sobrevivente é irmã siamês da democracia sua aliada.