Curiosidades
Por aqui tornou-se tradição que cada um adentrando aos poderes, o exerce como antecessores, objetivos e decisões outras jamais houvessem existido
17-12-2023 às 08:51h.
José Altino Machado*
Embora exista o dito de que “a curiosidade matou o gato”, sempre acreditei que a melhor ferramenta existente para conhecimentos que temos no decorrer da vida seja a curiosidade. Ela trabalha aguçando a inteligência, aprimorando o aprendizado, trazendo saber e levando a entendimento o que existe à nossa volta.
A família cria, a escola educa e socializa, mas com certeza o maior grau de conhecimento e saber, caberá àquele que sempre perguntar por que e como...
Entretanto, aqui, em nosso País, com pouco interesse quanto a se buscar necessária cultura administrativa, nem ela, a curiosidade, praticamente, acontece para ajudar que se tenha cuidado com o que se prega e mais ainda com o que se faz.
No abuso de recados e ou explicações, até não pedidas, o que se assiste é um mar repleto de cardumes ignorantes que beiram imprudências, muito se aproximando à argumentos não verdadeiros e gente que jamais confessa nada saber. E não dá para alegar falta de cultura por informação não recebida, quando nem curiosidade responsável se teve para buscá-la.
Por aqui tornou-se tradição que cada um adentrando aos poderes, o exerce como antecessores, objetivos e decisões outras jamais houvessem existido, e nem por curiosidade procuram saber como e por que foi, para dar melhor continuidade administrativa possível.
E nesses novos tempos, nosso gigante despertou carecendo não só instrução, mas maior experiência para conduzi-lo.
Neste passar de décadas, este Brasil é outro, de várias abastanças, assim como carências, onde paradoxalmente pequenos problemas também se tornam grandes, fica impossível administrá-lo com utópicas promessas de cervejas e picanhas.
Muito lamentável que tais bordões ainda possam atrair manifestações de vontades em urnas, embora nos deixando bom sinal de que pela educação e informação possamos corrigir tal comportamento.
O resultado é que hoje se vivencia governantes buscando com discursos e atitudes chulas, simpatias e popularidades, chegando a almejarem expressão até internacional, embora esteja o País sem objetivos ou metas, não existindo planejamento mínimo. Mas, pelo menos, segue sozinho, embalado que é pelo arrojo e tenacidade de seu povo.
Governanças noutros caminhos, com exceções, se tornam teatrais, produzindo situações constrangedoras, em nada combinando com a própria Nação. Se não tanto prejudiciais a ela, seriam além de ridículas, hilárias.
Gostaria mesmo de afirmar, educadamente, que usam inverdades para atingirem propósitos, mas não dá, são mentiras mesmo e muitas se chocam com o passado histórico do País e outras em momentos recentes.
Nosso governo tem anunciado e propagado a abertura de oitocentos mil novos empregos, mas jamais informa o número das baixas em carteiras profissionais, apesar de tantas notícias de grandes, médias e pequenas empresas anunciarem demissões todos os dias. Nem devemos acreditar que exista um processo de propaganda oficial enganosa, seria uma sacanagem, mas é o que parece. Não podemos ver assinatura de responsáveis, pois os órgãos afins os tornam anônimos. Disseram à sociedade nacional que o censo realizado recentemente contabilizou um milhão e seiscentos mil índios em território nacional. A bem de que tal aleivosia não sabemos. Um absurdo, ainda mais que boa parte deles (a maior) estando na Amazônia, sabemos que sem o concurso ou apoio das unidades militares instaladas, nem o competente Pai de Santo baiano conseguiria a proeza de contá-los. Mesmo assim, atendendo interesses, os poderes da república avalizaram o resultado de caderneta registrado.
Quanto a tais povos, não poderia nunca deixar de notar que estão matando araras e outras aves silvestres em número alarmante para melhor jogo de cena televisivo.
Caberia até notificar a senhora que ocupa um ministério, apenas por ser índia, que os avoantes da selva que lhe proporcionaram aquele vistoso adereço, (cocar é coisa de filme americano) são provenientes de animais protegidos por lei e matá-los dá cadeia.
Há pouco uma situação inusitada no Norte foi a retirada por bocas das armas de colonos ocupantes de determinadas áreas desde a década de 1980 e com oficialização perante a União em 1994. (Incra). Num arremedo de justiça em tempo de agora procedem a uma extensão da área indígena, que nem eles próprios reivindicavam, por ser uma compensação por outro pedaço deles, inundado pela hidrelétrica projetada e estabelecida à época, já em 2007, pelo mesmo senhor que hoje ocupa o cargo máximo. E são eles os invasores...
Pois bem, pelo barulhão causado não só pela injustiça do feito, mas também pelo fato da reação, com estardalhaço, dos ocupantes, ainda os conquistadores formadores daquele espaço, não herdeiros, foi nosso respeitável presidente a televisão dizer: “O barulho é apenas porque de um lado mil índios do outro cinco mil invasores”.
Palavras dele... Conveniente desconhecedor que por lá não há tais índios ainda chama aqueles homens de fé e vergonha, de invasores. Agravante maior, que este mesmo presidente, sempre venda imagem pública e política de nunca ser capaz de promover violências assim, o que nos leva a entender ser então uma propagada figura enganosa para finalidades populistas.
Monstruosidades maiores, nunca publicadas, procedem no “continente amazônico”, maior que o Brasil dele, e tudo em nome santificado de seu governo. A força de paus e d’armas desemprega retirando de seus ofícios mais de milhão de trabalhadores, atingindo ainda um universo dependente de mais de três milhões. Não deram a mínima a ver os históricos das atividades nem as quantificar. De repente a região deixou de ser espaço nacional livre ao cidadão também nacional.
E o temporário ocupante da cadeira presidencial fazendo coro com companheira faminta, do “verde utópico,” os abandonam e dizem trabalhar para a humanidade. Muitos acreditam, por isso, que um empreguinho, aos dois, na ONU ou mesmo em ricas Ong´s internacionais lhes seriam melhores, já que aqui os interesses são apenas brasileiros.
Todos mostram mesmo desconhecerem a Amazônia, o próprio Brasil e suas histórias, coisas que mais que curiosidades seriam de suas obrigações. Não se preocupam que com apenas vinte anos a população daquela região tenha saltado absurdamente chegando a vinte e nove milhões, devido à forte migração para sobrevivência, evitando filas de ossos. Discursos fantasiosos justificam paralisar trabalhos centenários sem nenhuma comprovação científica ou técnica e tal como foram educados tocam pelo ouvir dizer.
Nem lhes passa pela cabeça que aquela região não oferece alternativas econômicas, tais como explorar venda de picolés na esquina ou mesmo pipocas, aliás nem esquinas possuem.
Não temos como matar curiosidades de nossos governantes por elas não terem vida, mas é bom que saibam: a população amazônica iguala a australiana, onde os terrenos são estéreis e não como nós os temos.
Nosso equilíbrio climático é um dos melhores do mundo e “em nossa terra em se plantando tudo da”. Sabemos estar em Rondônia as segundas melhores terras do mundo, estando as primeiras em guerra na Ucrânia.
Se o projetado plantio de cana que nosso intrépido presidente recomendou aos árabes ocupantes de desertos, fosse proposto nas conhecidas terras do meio (entre Tapajós e Xingú), abasteceriam o mundo de combustível com custo baixíssimo, atendendo aos interesses nacionais e por não ser poluente, estaria satisfeita a Duende Verde.
Lá uma tremenda bobagem, aqui uma verdade.
BH/Macapá,17/12/2023
*José Altino Machado é jornalista
NOTA: Este nosso presidente está mesmo bem diferente e distante daquele do primeiro mandato. Gostaria muito de ter conhecido seus professores de escola, para melhor entender suas dificuldades...apenas por curiosidade.
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