Compromisso dos lideres mundiais com o clima e a transição energética - Divulgação

07-11-2025 às 13h00
Roberto Barbosa direto de Belém(PA) para o Diário de minas
A Cúpula do Clima, em Belém, entra nesta sexta-feira, 07, em seu segundo e último dia de programação, com a retomada dos discursos de chefes de Estado e representantes de mais de 70 países. A agenda inclui sessões temáticas sobre transição energética, os 10 anos do Acordo de Paris, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e o financiamento de ações para conter a crise climática.
O encontro reúne líderes de governo, embaixadores e representantes diplomáticos de mais de uma centena de países, consolidando Belém como o principal palco da agenda climática internacional neste mês.
A Cúpula antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre de 10 a 21 de novembro, também na capital paraense. O objetivo é reforçar compromissos multilaterais e dar peso político às negociações que se seguirão nas próximas duas semanas.
PROGRAMAÇÃO DO DIA
As atividades começaram com a chegada das delegações oficiais à Zona Azul, onde apenas líderes, observadores e imprensa credenciada têm acesso. Logo depois, houve uma nova foto de família com os chefes de Estado participantes.

A sessão da manhã inclui discursos de líderes globais sobre o enfrentamento da crise climática e, na sequência, uma mesa sobre transição energética.
O governo brasileiro tem defendido a aceleração da transição justa e inclusiva, combinando proteção das florestas, combate às desigualdades e desenvolvimento sustentável.
No período da tarde, está prevista a sessão final da Cúpula, dedicada aos 10 anos do Acordo de Paris e à revisão das NDCs, metas climáticas que cada país se compromete a cumprir. Também serão discutidos mecanismos de financiamento internacional para garantir a implementação das ações prometidas.
REUNIÕES BILATERAIS
Após encontros ontem, quinta-feira, 06, com Emmanuel Macron (França) e Keir Starmer (Reino Unido), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem nesta sexta reuniões com Luís Montenegro (Portugal), Friedrich Merz (Alemanha) e Daniel Chapo (Moçambique).
Lula tem insistido que a crise climática exige cooperação internacional e o fortalecimento do multilateralismo, defendendo que nenhum país será capaz de enfrentá-la isoladamente.
O QUE MARCOU O PRIMEIRO DIA
Na abertura da Cúpula, Lula fez um chamado global por ações concretas para conter o aquecimento do planeta. Citando o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o presidente alertou que está cada vez mais difícil manter o aquecimento abaixo de 1,5°C, limite estabelecido pelo Acordo de Paris.
“A COP30 será a COP da verdade. É hora de levar a sério os alertas da ciência e decidir se teremos a coragem de transformar a realidade”, disse Lula em seu discurso.
Após a plenária, o presidente recebeu as lideranças internacionais em um almoço que marcou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que já soma US$ 5,5 bilhões, segundo os ministros Fernando Haddad, Marina Silva e Sônia Guajajara.
CONTEXTO
Realizada anualmente desde a Eco-92, a conferência da ONU sobre clima tem como missão implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), criada no Rio de Janeiro em 1992. O objetivo central é estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e garantir um futuro climático seguro.
*ROBERTO BARBOSA é jornalista

