
Carlos Viana preside da CPMI do INSS, e Alfredo Gaspar relator - créditos: Agência Senado
01-09-2025 às 11h00
Direto da Redação
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realiza nesta segunda-feira (1º), às 16h, a oitiva do advogado Eli Cohen, apontado como figura central na revelação de um esquema de descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Cohen não é apenas testemunha: é o responsável direto pela reunião de provas que embasaram as denúncias de filiações fraudulentas a associações e cobranças indevidas em contracheques de segurados do INSS. Documentos, registros eletrônicos e comunicações empresariais reunidos pelo advogado indicam o uso ilegal de dados pessoais por parte de entidades privadas e empresas, com indícios de participação ou omissão de setores da administração pública.
A convocação de Cohen havia sido aprovada previamente pela CPMI com base em requerimentos apresentados por parlamentares de diferentes espectros políticos — incluindo o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Fabiano Contarato (PT-ES). Os requerimentos destacam a necessidade de esclarecer a autenticidade das provas e compreender o funcionamento das estruturas envolvidas, além de investigar eventuais conexões com agentes públicos.
Fraudes estruturais e responsabilidade estatal
O caso que será detalhado por Cohen expõe mais do que fraudes pontuais: revela falhas sistêmicas nos mecanismos de controle do INSS e a vulnerabilidade de dados de milhões de brasileiros. A suposta conivência — ou, no mínimo, negligência — de órgãos públicos e a atuação predatória de entidades privadas levantam questões sérias sobre a governança da Previdência e a proteção dos direitos de idosos e pensionistas.
A CPMI, instalada em agosto, terá 180 dias para apurar os fatos. O plano de trabalho já prevê a convocação de gestores da Previdência que estiveram à frente do órgão entre 2015 e 2025 — um intervalo de dez anos que pode revelar responsabilidades ao longo de diferentes governos.
Participação popular e transparência
O Senado promete promover uma audiência interativa: cidadãos poderão enviar perguntas e comentários durante a sessão por meio da Ouvidoria do Senado (0800 061 2211) ou do Portal e-Cidadania (link aqui). Participantes poderão ainda solicitar declaração de presença válida como atividade complementar em cursos universitários.
A expectativa é que o depoimento de Eli Cohen traga novos elementos à investigação e pressione autoridades a responderem por uma rede de irregularidades que atingiu diretamente a população mais vulnerável do país.
Fonte: Agência Senado