
Apadrinhada do ChildFund Brasil. Créditos: Priscila Divulgação
07-10-2025 às 09h05
Direto da Redação*
Em alguns dias, vamos celebrar o Dia das Crianças, data que reforça a importância de proteger a infância, mas também de estreitar vínculos e relações familiares. Quando uma criança, jovem ou adolescente confia em seus pais ou responsáveis, as chances de seu desenvolvimento ocorre de forma saudável e protegida. No Brasil, o ChildFund atua há quase 60 anos pela promoção e defesa dos direitos infantojuvenis. Uma das principais causas da organização é o reforço e incentivo à parentalidade lúdica.
Durante os primeiros anos de vida de uma criança, sua forma de expressar emoções e sentimentos é por meio de brincadeiras e atividades. Quando os pais ou responsáveis participam desses momentos, a confiança aumenta e abre espaço para uma relação sólida e saudável que pode perdurar a vida toda. Além disso, a linguagem do brincar atua no desenvolvimento cognitivo, emocional, social e motor. Por meio das brincadeiras e atividades, é possível identificar quando há algo errado acontecendo, seja em casa, escola ou outros locais de convívio.
“Ter a figura materna, paterna ou cuidadores de referência na hora das brincadeiras, seja participando da atividade ou apenas com um olhar e toque, já é o suficiente para que as crianças vejam no adulto, uma pessoa para quem pode contar as coisas. Na primeira infância, elas só têm a linguagem do brincar, então, reforçar isso é de extrema importância e faz com que as relações carinhosas, alegres e seguras se estendam até a fase da adolescência ou até mesmo quando adultos”, afirma Mauricio Cunha, presidente executivo do ChildFund.
Lei do Brincar institui a parentalidade lúdica
De acordo com o último Censo, divulgado em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há cerca de 40 milhões de crianças com até 14 anos no Brasil. Uma faixa-etária que representa quase 20% da população, necessita ter uma atenção especial. Pensando nisso, o ChildFund sensibiliza a sociedade com campanhas educativas e mobiliza atores políticos, para aprimorar os mecanismos de proteção à infância. Uma das maiores conquistas é em relação à “Lei do Brincar” (Lei 14.826/2024), que institui a parentalidade positiva e o direito ao brincar como estratégias prioritárias para prevenção da violência contra crianças.
Fruto do trabalho de incidência política do ChildFund Brasil, essa legislação estabelece que as crianças possuem direito a uma educação pautada na construção de relacionamentos positivos e sem violência. “Há alguns anos, a área do advocacy tornou-se prioritária no ChildFund Brasil. Desde então, conseguimos atuar e estar presente na defesa e proteção de crianças e adolescentes de uma forma mais centralizada. Todas as crianças têm direito à vida, à liberdade, à educação, ao esporte, ao lazer e a uma série de outros direitos fundamentais, e o brincar é transversal a tudo isso”, ressalta Águeda Barreto, especialista sênior em advocacy do ChildFund.
Dicas de brincadeiras para reforçar os laços afetivos
Cada fase da infância traz necessidades e formas diferentes de aprendizado. Brincadeiras adequadas a cada idade ajudam a estimular aspectos cognitivos, motores, sociais e emocionais. Abaixo, confira sugestões de atividades pensadas para diferentes faixas etárias:
- De 0 a 2 anos: brincadeiras de imitação e sons, como cantar músicas com gestos, fazer caretas e bater palminhas. Isso estimula a linguagem e fortalece a conexão emocional. Atividades sensoriais com objetos de diferentes texturas, sons e cores também favorecem a coordenação motora e o reconhecimento do ambiente.
- De 3 a 5 anos: jogos de faz de conta, como montar uma cabana com lençóis ou brincar de casinha. Atividades simbólicas ajudam a criança a expressar sentimentos, estimulam a criatividade e ajudam a compreender o mundo.
- De 6 a 8 anos: atividades manuais e criativas, como desenho coletivo, massinha ou inventar histórias juntos, ajudam a estimular a criatividade e a resolução de pequenos problemas. Nessa fase, a imaginação se desenvolve e o vínculo é reforçado pelo compartilhamento de ideias.
- De 9 a 12 anos: jogos de tabuleiro, esportes ao ar livre ou desafios em equipe. Esse tipo de brincadeira estimula a cooperação, a paciência e o espírito de grupo.
- Adolescentes: rodas de conversa lúdicas, como jogos de perguntas, karaokê ou cozinhar uma receita em família. Momentos assim criam um espaço de diálogo e confiança, importantes na fase de transição para a vida adulta.
É importante que pais, mães e cuidadores reservem tempo para construção dessas memórias. “O brincar não deve ser visto apenas como entretenimento, mas como parte fundamental da formação. Experiências lúdicas vividas na infância acompanham a criança na adolescência e também na vida adulta, impactando a forma de se relacionar, enfrentar desafios e tomar decisões. Quando famílias, responsáveis e instituições reconhecem esse direito, contribuem para uma sociedade mais acolhedora, saudável e segura”, conclui Mauricio.
Sobre o ChildFund
O ChildFund é uma organização que atua no desenvolvimento integral, promoção e defesa dos direitos da criança, do adolescente e do jovem, criando futuros com mais oportunidades, para que tenham seus direitos considerados e alcancem seu potencial.
Diretamente, por meio de programas desenvolvidos no Brasil, seu trabalho impactou, em 2024, na vida de mais de 189 mil pessoas, entre elas mais de 83 mil crianças, adolescentes e jovens em situação de privação, exclusão e vulnerabilidade. No mesmo ano, suas iniciativas alcançaram 1,3 milhão de pessoas no país. Para realizá-las, a organização conta com a contribuição de pessoas físicas, por meio do programa de apadrinhamento de crianças e de doações para a causa, como o Guardião da Infância, além de parcerias com empresas, institutos e fundações que apoiam os projetos desenvolvidos.
A organização faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em mais de 70 países e que gera impacto positivo na vida de mais de 24,3 milhões de crianças e suas famílias no mundo.
A organização foi premiada internacionalmente em 2025 e está entre as 20 melhores no ranking brasileiro emitido pela The Dot Good, uma certificadora de projetos sociais com sede na Suíça que avalia os impactos locais e globais de ONGs em todo o mundo. No Brasil, o ChildFund já foi eleito, também, a melhor ONG de assistência social do país em 2022 e a melhor ONG para crianças e adolescentes do Brasil por três anos (2018, 2019 e 2021) pelo Prêmio Melhores ONGs, que também a elegeu entre as 100 melhores ONGs do país por sete anos. https://childfundbrasil.org.br/