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13-11-2025 ás 09h24
Direto da Redação*
Exemplos de projetos estruturantes, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e Programa Nuclear da Marinha (PNM) foram além da área militar para dar impulso em desenvolvimento científico, tecnológico e industrial do Brasil, desde 2009.
Só para se ter uma ideia da dimensão dos dois programas, 700 empresas nacionais participaram da formação de engenheiros e cientistas, além do que fortaleceram a autonomia brasileira em meio ao ciclo do combustível nuclear. Assim, o Brasil entra para um grupo seleto de nações com capacidade plena de defesa e inovação de base tecnológica.
A essa altura, é importante saber que o PROSUB é considerado “um dos maiores empreendimentos tecnológicos da história da Defesa Nacional”. Com uma chancela das mais acreditadas, a Marinha do Brasil. Até aqui, 16 anos depois, o programa gerou mais de 64 mil empregos diretos e indiretos, proporcionou desenvolvimento de mais de 700 empresas nacionais e deu impulso a ampla cadeia produtiva direcionada à indústria naval, metalmecânica e eletrônica.
No Rio de Janeiro (RJ) fica a sede do projeto, no Complexo Naval de Itaguaí, onde é desenvolvida a construção dos submarinos da Classe Riachuelo, e toda a preparação para a fabricação do futuro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Um inédito processo de transferência de tecnologia se deu nesse meio tempo, o que causou a integração dos centros de pesquisas, universidades e indústrias nacionais.
Os entendidos do assunto observam que a sinergia tornou o projeto de construção do submarino em verdadeiro “ecossistema de inovação”, que extrapolou o campo militar e contribuiu diretamente para o fortalecer a engenharia nacional. E, assim, o País se tornou referência tecnológica no Atlântico Sul.
A bem dizer, o PNM é reconhecido como “o braço científico do esforço pela soberania nacional”. O seu foco é único e exclusivamente a pesquisa e desenvolvimento de reatores nucleares. E desse modo o programa assegura ao Brasil o completo domínio do ciclo do combustível nuclear, a partir da mineração, entrando pelo enriquecimento do urânio e a produção de energia.
Na verdade, o País de hoje é integrante do grupo restrito dos que que possuem grandes reservas de urânio e dominam sua tecnologia de enriquecimento. Isso significa avanço e fortalece a nossa autonomia estratégica e reduz a dependência de tecnologias estrangeiras.
Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene) e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), desenvolvidos em parceria com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), fazem parte dos principais projetos do PNM, com aplicações civis e científicas. Como por exemplo, produção de radioisótopos para medicina e indústria; capacitação de recursos humanos; e avanços em matéria de energia limpa e segura.
Ao mesmo tempo em que reforçam a soberania militar, a parceria PROSUB e PNM promove benefícios econômicos, sociais e científicos para o Brasil. Em outras palavras, a parceria Marinha do Brasil, CNEN e a academia produz inovações tecnológicas de uso civil, relacionadas com saúde, agricultura, meio ambiente e indústria.
Veja você, amigo da Marinha, essa tecnologia nuclear do PNM é empregada para diagnosticar e tratar câncer, esterilizar hospitalares, controlar a qualidade de materiais industriais, na agricultura de precisão e ainda para preservar acervos históricos.
Mais ainda: os programas causam a formação de profissionais de alta qualificação em engenharia e ciência aplicada. Fortalece a base de conhecimento nacional e faz com que o Estado brasileiro possa ampliar ainda mais as suas capacidades estratégicas.
Os dois programas são, portanto, exemplos claros de que investimento em defesa trata da educação, inovação e desenvolvimento sustentável. E assim, o Brasil brasileiro se consolida no Atlântico Sul, entre as potências tecnológicas.

