
Cientista brasileira, Mariangela Hungria recebendo o prêmio Nobel de Agricultura - créditos: diivulgação
Getting your Trinity Audio player ready...
|
20-05-2025 às 09h19
Direto da Redação
A vencedora é a pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, que recebeu o prêmio internacional criado por Norman Borlaug, Prêmio Nobel da Paz e pai da Revolução Verde. A premiação, considerada o “Nobel da Agricultura”, concede anualmente US$ 500 mil a profissionais que promovem avanços significativos na produção sustentável de alimentos no mundo.
Uma trajetória de excelência
Engenheira agrônoma formada pela Esalq/USP, com doutorado e pós-doutorados em instituições de referência como Cornell University e University of California – Davis, Hungria atua na Embrapa desde 1982. Ela é referência mundial em fixação biológica do nitrogênio e no uso de insumos biológicos como alternativa aos fertilizantes químicos.
Ao longo de sua carreira, coordenou projetos com apoio da Fundação Bill & Melinda Gates na África, além de manter colaborações científicas com universidades e centros de pesquisa na Europa, Estados Unidos, América Latina, Canadá e Austrália.
A cientista também se destaca na formação acadêmica, sendo professora e orientadora na área de Microbiologia e Biotecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mundial de Ciências.
Reconhecimento internacional, silêncio nacional
Mariangela Hungria já figurou entre os cientistas mais influentes do mundo em rankings da Universidade de Stanford, ocupando o primeiro lugar no Brasil em Agronomia e Fitotecnia em 2022 e 2025. Seu lema, “produzir mais com menos”, sintetiza sua visão de uma agricultura sustentável: mais eficiente, menos poluente e voltada à segurança alimentar global.
Apesar da relevância do prêmio e da representatividade da conquista, o anúncio teve pouca repercussão na imprensa brasileira. O episódio reabre o debate sobre a visibilidade da ciência no país — frequentemente ofuscada por temas de apelo popular e coberturas voltadas ao entretenimento.
Um feito que merece destaque
O World Food Prize foi criado em 1986 e, desde então, já reconheceu figuras que revolucionaram práticas agrícolas e contribuíram para reduzir a fome no mundo. Em 2025, a premiação foi para o Brasil — e para uma mulher cujo trabalho impacta diretamente a sustentabilidade do planeta.
A vitória de Mariangela Hungria é motivo de orgulho para a ciência nacional e um alerta para a urgente valorização da pesquisa e da inovação no Brasil. Seria o que diria o precursor das técnicas inovadoras implementadas na agricultura do Brasil pelo ex-ministro Alysson Paulinelli.