
Sede do governo de Minas - Palácio Tiradentes, onde se encontra a cadeira mais cobiçada dos políticos mineiros - créditos: divulgação
01-08-2025 às 10h10
Opinião Direto da Redação
O tabuleiro político de Minas Gerais para 2026 já começa a ganhar forma, com pré-candidaturas sendo articuladas nos bastidores e nas pesquisas. A disputa promete ser acirrada entre nomes já conhecidos do eleitorado e figuras que tentam se consolidar como alternativas viáveis ao Palácio Tiradentes.
Cleitinho Azevedo (Republicanos)
Senador por Minas Gerais, Cleitinho lidera com folga a preferência interna no Republicanos como pré-candidato ao governo do estado. De acordo com pesquisa Genial/Quaest (março de 2025), ele aparece com 33% das intenções de voto. Seu principal rival na legenda é o ex-prefeito Alexandre Kalil, com 16%, o que evidencia uma vantagem clara para o atual senador.
Alexandre Kalil (Republicanos)
Ex-prefeito de Belo Horizonte, Kalil trocou o PSD pelo Republicanos mirando 2026. Pesquisa Opus/Estado de Minas (julho de 2025) aponta Kalil liderando na capital com 28% das intenções de voto para o governo estadual, em empate técnico com o deputado Nikolas Ferreira, que aparece com 23%.
Nikolas Ferreira (PL)
Deputado federal mais votado do país e ícone da ala conservadora pró-Bolsonaro, Nikolas está bem posicionado nas pesquisas. Com 23% das intenções de voto em BH, ele empata com Kalil dentro da margem de erro. Apesar da força nacional, o PL ainda avalia se lança seu nome ao governo ou o mantém como puxador de votos para a Câmara.
Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
Senador e ex-presidente do Senado, Pacheco ainda não bateu o martelo sobre a candidatura. Embora tenha admitido que “ser governador de Minas é um sonho”, evita confirmação oficial. Nos bastidores, articula alianças com partidos como o PT, que o vê como principal alternativa no estado. A pressão é crescente, com o entorno de Lula defendendo Pacheco como nome ideal para garantir palanque forte à reeleição presidencial. A indefinição, segundo aliados, atrapalha a costura de alianças com a centro-esquerda, onde nomes como Marília Campos e Alexandre Silveira também são cogitados para compor a chapa ou disputar o Senado.
Clésio Andrade (MDB/PSB)
Empresário e ex-presidente da CNT por 26 anos, Clésio já foi senador e vice-governador de Minas. Embora fora das pesquisas principais, é figura tradicional na política mineira. Segundo fonte do Diário de Minas, ele teria se filiado ao PSB e colocado seu nome à disposição para disputar o governo. É padrinho político do deputado federal Diego Andrade e pode emergir como opção de consenso ou para compor chapa ao Senado.
Mateus Simões (Novo)
Atual vice-governador, eleito na chapa de Romeu Zema, tem baixa expressão eleitoral. Segundo a Opus/EM, tem apenas 2% das intenções de voto em BH. Apesar da visibilidade administrativa, ainda não se consolidou como nome competitivo.
Tadeuzinho (MDB)
Presidente da Assembleia Legislativa de Minas, o deputado estadual Tadeu Martins Leite aparece como figura influente nos bastidores. Vem sendo cotado como ponte entre MDB e PSB, mas até julho de 2025 não sinalizou disposição clara para disputar cargo majoritário. Nas pesquisas, aparece com 1%.
Maria Lucia Cardoso (MDB)
Prefeita reeleita de Pitangui e ex-deputada federal, Maria Lucia é mãe do deputado federal Newtinho Cardoso, presidente estadual do MDB. Embora fora dos principais levantamentos, carrega o legado do ex-governador Newton Cardoso, cujo nome ainda tem força no estado. Com poucas mulheres no cenário de disputa, ela é um nome que pode surgir como possibilidade para representar o MDB em uma candidatura própria ao governo.
Análise geral do cenário mineiro para 2026
A disputa interna no Republicanos segue polarizada entre Cleitinho, favorito nas pesquisas, e Kalil, que tenta se reposicionar após derrotas eleitorais recentes. Na direita bolsonarista, Nikolas Ferreira aparece como nome forte, mas a indefinição do PL sobre seu destino eleitoral ainda pesa.
No campo da centro-esquerda, Rodrigo Pacheco se destaca como principal articulador, mas sua indefinição emperra o avanço das alianças com PT, PSD e MDB. Sua decisão será crucial para o desenho do tabuleiro político até o fim de 2025.
Figuras tradicionais como Clésio Andrade e Maria Lucia Cardoso ainda têm baixa viabilidade eleitoral, mas podem ser peças importantes em composições. Nomes como Mateus Simões e Tadeuzinho também buscam espaço, mas ainda não despontam como protagonistas.
Já Aécio Neves, embora sem intenção declarada de disputar o governo, segue influente nos bastidores. Após perder o Senado para Cleitinho, reelegeu-se à Câmara com dificuldade, mas comanda o novo PSDB mineiro, fruto da fusão com o Podemos.
Conclusão
O quadro político mineiro para 2026 se desenha entre a consolidação da direita — com Cleitinho e Nikolas Ferreira — e a indefinição da centro-esquerda, que depende da decisão de Pacheco para formar uma frente competitiva. Kalil busca reconquistar espaço após mudança de partido, enquanto outros nomes permanecem como apostas tímidas. A janela de definição partidária e alianças se fecha no segundo semestre de 2025 — e o tempo para decisões estratégicas está se esgotando.
Fontes: pesquisas Genial/Quaest, Opus/Estado de Minas; análises de cenário político com base em dados do DMData e histórico de atuação de Cleitinho, Kalil, Pacheco, Nikolas Ferreira, Clésio Andrade, Mateus Simões, Tadeuzinho e Maria Lucia Cardoso.